O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, culpou neste domingo (26) os congressistas de seu próprio partido, o Partido Republicano, pelo fracasso na aprovação da reforma no sistema de saúde do país. Essa foi a maior derrota sofrida pelo mandante americano desde que assumiu a presidência. Sem o apoio de um grupo de republicanos ultraconservadores, conhecido como Freedom Caucus, ele teve que retirar seu projeto da pauta da Câmara dos Representantes na última sexta-feira (24).
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"Os democratas estão sorrindo em [Washington] D.C. porque o Freedom Caucus, com a ajuda do Club for Growth e Heritage, salvaram a Planned Parenthood e o Obamacare", disse Trump
em mensagem no Twitter.
O presidente se referiu ao nome como ficou conhecida a reforma do sistema de saúde promovida pelo ex-presidente Barack Obama e que ele queria substituir por um projeto idealizado por congressistas de seu partido e que foi apadrinhado pela Casa Branca.
A proposta dos republicanos também retirava recursos da Planned Parenthood, a maior organização de planejamento familiar dos EUA, que recebeu várias críticas do partido durante sua campanha presidencial.
Em grande parte, a proposta não foi adiante devido à oposição do Freedom Caucus, grupo que conta com cerca de 30 congressistas. Sem o respaldo deles, Trump não obteria os 216 votos necessários para aprovar o projeto.
O presidente do Freedom Caucus, Mark Meadows, afirmou neste sábado (26), que o fracasso do projeto não é o fim do debate sobre a reforma da saúde. Os congressistas do grupo explicam que defendem uma proposta com menos regulações do que a defendida pelo presidente.
Em entrevista à emissora ABC, Meadows disse que Trump ainda será o "mais valioso jogador" no processo para desmantelar o Obamacare.
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Trump pretende acabar com Obamacare
O Obamacare, uma lei elaborada para aumentar a qualidade dos planos de saúde e torná-los acessíveis à população de baixa renda, deu cobertura média a mais de 20 milhões de pessoas.
No entanto, o presidente dos Estados Unidos considera a lei um "desastre" e prometeu, durante a campanha eleitoral, "revogar e substituir" essa lei.
O Congressional Budget Office (CBO), um órgão não partidário, calcula que o projeto que o republicano defende deixaria 14 milhões de pessoas sem cobertura médica em 2018. Em uma década, outras 24 milhões de pessoas perderiam seus planos de saúde.
O CBO também estima que a proposta que ganhou o aval de Trump representaria uma economia de US$ 150 bilhões em 10 anos.
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*Com informações da Agência Brasil