Quase seis meses depois da passagem do furacão Matthew, que destruiu parte do Haiti, o escritório da ONU (Organização das Nações Unidas) para Redução do Risco de Desastres pediu apoio urgente de US$ 2,7 bilhões para a implementação do plano de recuperação do país, localizado na América Central. A estimativa é de que as ações levem cerca de três anos para serem executadas.
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O valor solicitado pela ONU equivale à perda que o país sofreu após a passagem do furacão e equivale a aproximadamente 32% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. O pedido foi feito na véspera da 5ª Plataforma Regional para Redução do Risco de Desastres nas Américas, que começa na próxima terça-feira (7) na cidade de Montreal, no Canadá.
De acordo com Robert Glasser, representante especial das Nações Unidas para Redução do Risco de Desastres, o que ocorreu no Haiti revelou "dados perturbadores" a respeito dos países menos desenvolvidos, que “não têm capacidade para responder adequadamente aos efeitos da mudança climática e ao aumento da intensidade e da frequência dos desastres relacionados ao clima".
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O representante comentou ainda que "apesar dos sistemas do governo para a proteção de civis terem evitado muitos óbitos, é inaceitável que mais de 600 pessoas tenham morrido por causa de um furacão previsto com antecedência".
Consequências para a economia
Para Glasser, a magnitude das perdas registradas no Haiti é suficiente para "arrasar qualquer economia". Além disso, ele reforça que o desastre aconteceu depois de dois anos de seca no país, o que afetou a segurança alimentar de um milhão de pessoas, e do terremoto que passou por lá em 2011, que custou 120% do PIB haitiano.
A estimativa feita pelo escritório é de que o Haiti tenha perdido, em média, 2% do seu PIB todos os anos, entre 1975 e 2012, devido a desastres relacionados ao clima.
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As consequências afetam diretamente a população. O representante especial da ONU forneceu dados alarmantes, de que em 2012, mais de 58% dos 10,7 milhões de haitianos viviam com menos de dois dólares e 40 centavos por dia e um quarto da população vivia na extrema pobreza, com menos de um dólar e 23 centavos diários.
* Com informações da Agência Brasil