O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) rejeitou, por nove votos a favor, três contra e três abstenções, um projeto que visava impor sanções ao uso e produção de armas químicas na Síria. Apesar da maioria dos votos favoráveis, a matéria não foi aprovada porque a Rússia e a China se posicionaram contra e, como membros permanentes do conselho, têm poder de veto. Além deles, a Bolívia também votou contra a resolução.
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O projeto de resolução, caso fosse aprovado, teria imposto o congelamento de ativos e proibições de viagens a indivíduos e entidades associadas ao governo sírio. A matéria foi feita com base em uma investigação feita pela ONU em parceria com a Organização para a Proibição de Armas Químicas.
Os relatórios feitos após a investigação conjunta concluíram que o governo da Síria esteve envolvido no uso de produtos químicos tóxicos como armas em três casos e que o grupo terrorista Estado Islâmico usou gás mostarda em uma ocasião.
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Dos 15 países-membros do Conselho de Segurança, nove foram a favor do projeto: Estados Unidos, França, Reino Unido, Itália, Suécia, Uruguai, Japão, Senegal e Ucrânia. E três (Cazaquistão, Egito e Etiópia) abstiveram-se de votar. A votação ocorreu enquanto uma nova rodada de negociações de paz sobre a Síria está em andamento em Genebra.
Opiniões contrárias
O embaixador chinês na Organização das Nações Unidas , Liu Jieyi, afirmou após a votação que as investigações sobre o uso de armas químicas ainda estão em andamento e que, portanto, "é muito cedo para chegar a uma conclusão final”. “Mas nós nos opomos ao uso de armas químicas por qualquer Estado, qualquer organização e qualquer indivíduo em qualquer circunstância," afirmou.
O vice-embaixador russo, Vladimir Safronkov, declarou que o projeto foi colocado em votação com base em uma doutrina dos estados ocidentais, apesar dos esforços feitos em Genebra para resolver a crise síria. "Vemos isso como uma tentativa de retardar e minar os atuais esforços políticos e diplomáticos," disse ele.
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Já a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, reforçou que ninguém deveria hesitar em impor consequências para os ataques de armas químicas. Ela disse que os norte-americanos já identificaram cada pessoa e cada entidade listada no projeto de resolução para sanções e prometeu trabalhar com a União Europeia e outros parceiros para pressionar por sanções semelhantes o mais breve possível.
* Com informações da Agência Brasil