Terroristas do Estado Islâmico supostamente estão ensinando seus combatentes a comerem carne daqueles que não são muçulmanos. Um manual encontrado em escolas de treinamento do grupo foi encontrado por uma fundação britânica que luta contra o extremismo, revelando o novo posicionamento dos jihadistas.
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De acordo com o manual, líderes do Estado Islâmico dão indicação de que partes do corpo são melhores para comer e como prepará-las. Além disso, o guia traz relato de uma mãe que comeu restos do seu filho sequestrado depois que o grupo terrorista afirmou que ela deveria "se alimentar antes de reencontrar o menino."
O manual foi encontrado pelo chefe da Fundação Quilliam, Haras Rafiq, que constatou o canibalismo como parte do currículo dos terroristas. A fundação desafia o extremismo ao promover o pluralismo e inspirar a mudança.
O ativista afirma que, caso os terroristas fiquem sem comida durante uma guerra religiosa, são encorajados a matar e comer pessoas que não seguem o Islã de acordo com os jihadistas.
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“Eles estão tentando usar argumentos com base teológica para ensinar que o canibalismo pode ser uma solução caso haja escassez de comida. Afirmam que não existe problema em matar outras pessoas em momentos de desespero”, explica.
Rafiq, que é muçulmano praticante, disse que sentiu revolta ao descobrir o manual, mas seu maior choque foi quando percebeu que o canibalismo é ensinado nas salas de aula aos combatentes em treinamento.
“Essas visões sobre o canibalismo não são amplamente disseminadas, mas estão ganhando espaço. É novidade advogarem em favor do canibalismo. Eles estão usando o Salafismo (uma doutrina ortodoxa fundamentalista superconservadora) para justificar seu ponto de vista”.
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Fundação Quilliam
A fundação foi criada por dois homens que eram membros do grupo muçulmano Hizb ut-Tahrir e renunciaram o terrorismo para desafiar o extremismo e promover a democracia. Em sua luta contra o Estado Islâmico, a Fundação Quilliam visita escolas, universidades e prisões com o objetivo de exterminar o jihadismo.