Além de prejudicar o crescimento econômico, ampliar as diferenças sociais e causar um rombo na distribuição de renda entre os cidadãos, a corrupção também tem certa responsabilidade no surgimento de grupos terroristas como o Estado Islâmico ou o Boko Haram.
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Isso é o que concluiu a organização não-governamental Transparência Internacional, em um relatório divulgado nesta terça-feira (21). De acordo com o documento intitulado "A grande virada: a corrupção e a emergência do extremismo violento", movimentos extremistas como o Estado Islâmico se alimentam da falta de confiança das pessoas nas organizações.
"Os movimentos radicais prosperam quando as pessoas perdem toda a confiança em que ostenta o poder, quando os dirigentes se aproveitam da miséria da maioria, quando a polícia explora mais que protege e quando as oportunidades econômicas são para uma minoria", enfatiza o diagnóstico.
Estabelecendo prioridades
Logo, a Transparência defende no mesmo relatório que "lutar contra a corrupção deveria ser a prioridade número um". "Há medidas prática que podem ser tomadas diplomaticamente como negar vistos ou o congelamento de bens para começar a tratar a corrupção das elites", diz o documento.
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"Os governos ocidentais têm de reconsiderar profundamente suas relações com os Kadhafi, os Assad e os Maliki futuros", afirma o texto, referindo-se aos líderes da Líbia, Síria e Iraque.
"Muitos governos ocidentais preferem tentar influenciar ou moderar o comportamento dos autócratas corruptos porque o consideram uma alternativa à instabilidade", contatou a Transparência Internacional. "Mas, no final, os governos corruptos colocam os fundamentos de futuras crises de segurança".
Hoje, só na Síria, o Estado Islâmico possui mais de 50 mil membros. Tal grupo terrorista tem crescido e já possui seguidores de diversas nações, inclusive ocidentais. O Boko Haram também é considerado um dos movimentos mais violentos de todo o planeta, já tendo causado a morte de mais de 20 mil pessoas só na Nigéria e nos países vizinhos a ela.
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