O escritório de advocacia Mossack Fonseca, envolvido no escândalo Panamá Papers, teve seus dois fundadores presos preventivamente nesta semana. As detenções fazem parte de investigações relacionadas à Operação Lava Jato no Brasil.
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Segundo a AFP (Agência France-Presse) Jürgen Mossack e Ramón Fonseca foram levados para uma cela na Direção de Investigação Judicial da Polícia na Cidade do Panamá , capital do país, após prestarem depoimento na Procuradoria. Uma terceira pessoa foi detida.
A procuradora Kenia Porcell, que liderou na quinta-feira (9) operações de busca nos escritórios da empresa, acusa os sócios de lavagem de dinheiro e diz que a Mossack Fonseca é "uma organização criminosa que se dedica a ocultar ativos e dinheiro de origens suspeitas" e serve para "eliminar evidências dos envolvidos em atividades ilícitas relacionadas ao caso Lava Jato ".
Por outro lado, o advogado Elías Solano afirmou que "todo o país vai poder ver que não existe" lavagem de dinheiro no grupo e que as acusações são “forçadas e carentes de provas".
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Antes de ser detido, Ramón Fonseca fez acusações contra o presidente panamenho, Juan Carlos Varela, que, segundo ele, teria recebido dinheiro da empreiteira brasileira Odebrecht . “Para mim, Varela – que caia um raio sobre a minha cabeça se eu estiver mentindo – disse que havia aceitado doações da Odebrecht, porque não podia brigar com todo mundo", disse Fonseca.
Respostas do presidente
Varela rebateu as acusações do empresário e assegurou que "não existem doações da empresa Odebrecht" durante a sua campanha eleitoral de 2014. "As doações recebidas em minha campanha são contribuições políticas. Não são subornos. Nem um dólar destas contribuições foi para meu benefício ou da minha família.”
Fonseca foi ministro-conselheiro do governo de Varela e dirigente do Partido Panamenho (da direita), e foi obrigado a pedir demissão no ano passado após a eclosão do escândalo no país, após um vazamento de documentos que revelou como advogados criaram empresas para evadir impostos ou para esconder dinheiro procedente de atividades ilícitas em escala mundial.
Durante um período de mais de uma década, a Odebrecht manteve este "esquema de corrupção em massa", pagando cerca de US$ 800 milhões em subornos a funcionários de governos em três continentes, de acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos .
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Além do Panamá, vários países da América Latina estão realizando investigações sobre supostos subornos da Odebrecht em troca de contratos públicos. O caso já afetou, até o momento, o ex-presidente do Peru Alejandro Toledo; o atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos; e vários parentes do ex-presidente panamenho Ricardo Martinelli, para quem a empreiteira teria realizado pagamentos de mais 59 milhões de dólares.
* Com informações da Agência Brasil