A agressão contra um jovem negro em subúrbio residencial de Paris gerou revolta na França. Théo Témoigne, de 22 anos, foi abordado violentamente por quatro policiais na quinta-feira passada (2), que o agrediram fisicamente e verbalmente, fazendo ofensas racistas.
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Durante a abordagem, os policiais levaram Théo a um local mais escondido e o estupraram com um cassetete. “Eu não tinha mais forças, foi como se tivesse saído de meu corpo. Eu achei que fosse morrer”, relatou o jovem.
Apreendido, ele foi colocado em uma viatura, onde foi atingido por pancadas nas partes íntimas, cuspidas - e mais racismo. Chegando à estação policial, outro funcionário em serviço notou que Théo deveria ser encaminhado ao hospital para que seus ferimentos recebessem cuidados.
O estupro causou lesões tão graves ao canal anal do jovem que ele precisou ser submetido a uma cirurgia. “Médicos ainda não sabem dizer quais serão as consequências em longo prazo. Precisamos esperar pelo menos dois meses”, disse a irmã de Théo.
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“Hoje ele está com uma sonda, mas estamos ouvindo muitas coisas, principalmente sobre incontinência, então... Nós não podemos dizer se ele está bem ou se está em uma condição crítica”, completou a irmã. Por causa de seus ferimentos, o jovem foi dispensado do trabalho por 60 dias.
Revolta
A população francesa ficou indignada com a conduta violenta da polícia e se mobilizou em manifestações. Por três noites seguidas, manifestantes protestaram atacando carros, pontos de ônibus e restaurantes em sinal de sua revolta.
Os protestos reivindicam o fim da violência policial na França com gritos como “sem justiça, não há paz” e “polícia, estupradores e assassinos”. Com a hashtag #JusticePourTheo (em português, Justiça para Theo), a manifestação se globalizou e pessoas de todo o mundo passaram a apoiar os franceses e, acima de tudo, a vítima.
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Theo, que pretende processar os policiais, foi visitado pelo presidente François Hollande e deu entrevista acompanhado da autoridade, declarando que confia que a Justiça será feita e pedindo para que os manifestantes não causem grandes danos à cidade.