A Organização de Cooperação Islâmica (OIC) disse, nesta segunda-feira (30), que o decreto assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última sexta-feira (27) – que baniu temporariamente viagens de pessoas de sete países ao território americano – prejudica os esforços comuns contra o radicalismo.
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Os sete países que receberam o bloqueio de Trump são de maioria muçulmana. No entanto, nem todos os países de maioria muçulmana foram afetados pelo decreto do presidente norte-americano, que afirmou que a proibição "não é sobre religião".
A OIC é a maior organização de nações muçulmanas em todo o mundo. Entre os 57 membros da OIC, estão Arábia Saudita, Irã, Indonésia, Sudão e Uganda.
"Tais atos seletivos discriminatórios só servem para fortalecer as narrativas radicais de extremistas", afirmou o grupo em comunicado em seu site.
"[O decreto] irá dar mais combustível aos defensores da violência e do terrorismo em um momento crítico, no qual a OIC está engajado com todos seus parceiros, incluindo os Estados Unidos, no combate ao extremismo e terrorismo em todas suas formas e manifestações", diz o comunicado.
Decreto foi assinado na sexta
Na última sexta, o presidente dos Estados Unidos assinou um decreto que institui novos mecanismos para o controle imigratório.
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O republicano, que tomou posse na Casa Branca no último dia 20, garante que as medidas visam impedir a entrada de terroristas no país.
"Não esquecemos as lições do 11 de setembro", disse Trump durante evento no Pentágono. Ele referia-se ao maior atentado terrorista da história dos Estados Unidos, cometido pela Al-Qaeda contra o World Trade Center, em Nova York.
Protestos de diplomatas
Nesta seguda-feira (30), vários diplomatas americanos protestaram oficialmente contra o decreto de Trump.
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"Estamos cientes de uma mensagem de dissidência que está circulando contra a ordem executiva", afirmou o porta-voz interino do Departamento de Estado, Mark Toner, que informa que o documento ainda não foi formalmente apresentado.
Em resposta aos protestos, Trump anunciou que os diplomatas que não concordam com o decreto podem deixar seus cargos.