A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de i mpedir a entrada de imigrantes e refugiados no país gerou grande repercussão pelo mundo. Autoridades de Roma, Berlim e da Grã Bretanha criticaram a decisão do presidente dos EUA e desde sábado (27) uma séria de manifestações e decisões judiciais tentam reverter à proibição assinada por Trump.
A juíza do Tribunal do Distrito Federal do Brooklyn, Ann Donnelly, suspendeu parcialmente na noite de sábado (28) a proibição da entrada nos Estados Unidos de imigrantes vindos de sete países com maioria muçulmana. Com a decisão, a juíza tenta impedir que os imigrantes e refugiados que já estão em solo norte-americano sejam expulsos do País, pois isso seria “um dano irreparável” aos Estados Unidos.
A mídia norte-americana aponta que mais de uma centena de imigrantes e refugiados, entre eles um bebê de apenas 18 meses, estão presos em aeroportos em todo o país. Os que estão impedidos de entrar nos Estados Unidos nasceram nos seguintes países Irã, Iraque, Líbia, Somália, Síria e Iêmem. A proibição atinge até mesmo aqueles que têm o chamado "green card", o direito de permanência no país já garantido pela Constituição.
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Após os vetos anunciados por Trump o presidente do Irã, Hassan Rohani, anunciou a restrição da entrada de americanos em seu país com base no princípio da reciprocidade. Passado o calor do momento Rohani afirmou que se algum norte-americano tiver um visto válido para ir ao país, "será bem vindo", segundo o presidente. A medida não é retroativa.
Manifestações
A noite de sábado (28) também foi marcada pela presença de centenas de manifestantes que se reuniram no aeroporto JFK, de Nova York, para protestar contra a medida. Com cartazes pedindo que os refugiados pudessem entrar no país, eles gritavam palavras de ordem contra o presidente. "Sem banimento, sem muro”.
A chanceler alemã, Angela Merkel, condenou a ordem executiva de Trump contra os imigrantes. Segundo seu porta-voz, Steffen Seibert, a medida "não é justificada" e a chanceler afirmou que "está convicta que a tão necessária luta contra o terrorismo não justifica" uma lei do tipo "com base apenas na origem ou na crença".
Merkel conversou por telefone com Trump no sábado (28) e, segundo o jornal "Bild", na conversa que durou cerca de 45 minutos, os dois trocaram convites para visitas em cada país e reforçaram a importância das relações bilaterais.
O premier da Itália, Paolo Gentiloni, também se manifestou sobre o assunto neste domingo (29). "A Itália está ancorada em seus próprios valores. Sociedade aberta, com identidade plural, nenhuma discriminação. São os pilares da Europa", escreveu.
Apesar da premier britânica, Theresa May, não se manifestar sobre a medida de Trump, o ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson, condenou a ordem do presidente dos Estados Unidos."Protegeremos os direitos e as liberdades dos cidadãos do Reino Unido em nossa pátria e no exterior. É divisivo e errado estigmatizar com base na nacionalidade", escreveu em seu perfil no Twitter.
Já o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, também usou as redes sociais para mostrar sua contrariedade à medida do presidente do país vizinho. "Para quem foge das perseguições do terror e da guerra, saibam que os canadenses lhe darão as boas vindas, não importando qual seja a sua fé. A diversidade é a nossa força", escreveu no Twitter.
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