Na primeira entrevista concedida a uma rede de televisão norte-americana após ter tomado posse da presidência dos Estados Unidos, o magnata Donald Trump foi, mais uma vez, contundente em relação à sua batalha contra o terrorismo.
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Indagado sobre como ele iria combater o terrorismo do grupo Estado Islâmico, Trump chegou a confirmar as hipóteses de que ele voltaria a usar técnicas de tortura como o "waterboarding" (que recorre a água para provocar sensação de afogamento), já usada pela Agência Central de Inteligência norte-americana, a CIA.
Segundo Trump, técnicas de tortura "funcionam" e, se forem necessárias para evitar que o grupo "decapite católicos no Oriente Médio", o presidente dos Estados Unidos as apoiará.
Para o presidente norte-americano, a luta do ocidente contra o Estado Islâmico não é feita "em terreno par" porque não é usado o mesmo nível de crueldade contra o inimigo.
"Não quero que as pessoas cortem os cidadãos ou as cabeças de ninguém no Oriente Médio, tudo bem?", esclarece. "Mas eles tiram [as cabeças das vítimas] e as colocam na frente da câmera e enviam as imagens para todo o mundo. Nós não fazemos isso e não temos permissão de fazer nada igual. Não estamos jogando em terreno par", afirma.
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"Eu vou contar com o meu grupo. Se eles não quiserem fazer [a tortura], tudo bem. Se eles quiserem, então eu vou trabalhar para isso", disse Trump.
Tortura funciona
O presidente norte-americano disse ainda que consultou especialistas que lhe garantiram que a tortura funciona.
“Falei com oficiais dos serviços secretos e perguntei-lhes: ‘Funciona? A tortura funciona?’ E eles responderam-me: ‘Sim, absolutamente!’. Então sim, quero trazer de volta [a tortura]. Quero manter o nosso país a salvo”, exclamou.
“Quando eles estão a decapitar a nossa gente, quando o fazem porque elas são cristãs no Médio Oriente, quando o Estado Islâmico faz isso, eu devo me sentir mal por causa do ‘waterboarding’? Pelo que sei, devemos combater o fogo com o fogo”, pontuou.
Na entrevista, que foi transmitida pela rede de televisão ABC News
na última quarta-feira (25) e gravada na Sala Oval da Casa Branca, Trump também falou sobre assuntos polêmicos como o muro na fronteira com o México
e as políticas contra imigrantes.