Membros do Exército ajudam na limpeza da cidade de Lajeado
Reprodução/Prefeitura de Lajeado
Membros do Exército ajudam na limpeza da cidade de Lajeado

Os efeitos das  mudanças climáticas dobraram a probabilidade de desastres no Rio Grande do Sul . A informação foi obtida através de um estudo divulgado nesta segunda-feira (3) pelo World Weather Attribution (WWA) , órgão que reuniu pesquisadores de Brasil, Suécia, Holanda e Estados Unidos. 

Os especialistas consideraram que as chuvas registradas no Rio Grande do Sul foram completamente raras, ocorrendo aproximadamente uma vez a cada 100 anos. Os períodos analisados foram de 29 de abril a 4 de maio, e de 26 de abril a 5 de maio. 

Segundo o estudo, nos dois cenários, a mudança climática aumentou em mais de duas vezes a probabilidade de ocorrência da chuva extrema no estado e a tornou de 6% a 9% mais intensa.

"No Rio Grande do Sul, esse padrão de chuva volumosa e intensa é consistente com o El Niño, mas estudos já mostraram que com as mudanças climáticas esses eventos vão aumentar, se tornando maiores e mais persistentes", diz Regina Rodrigues, pesquisadora da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) que participou do estudo.

La Niña

O El Niño, citado pela pesquisadora, é o fenômeno conhecido pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico. Ele será substituído pela La Niña, quando as águas ficam mais frias nesta região. 

Segundo Regina Rodrigues, mesmo com o arrefecimento do fenômeno, o Rio Grande do Sul ainda deve viver alerta para fortes chuvas. "As maiores inundações no sul do Brasil [em anos de El Niño] ocorrem, na verdade, em maio, chegando até mesmo a julho", afirma. "Por exemplo, enchentes de 1983 no vale do rio Itajaí-Açu [em Santa Catarina], foram em julho, no final do grande El Niño de 1982 e 1983. Portanto, o fato de o El Niño estar enfraquecendo no oceano Pacífico não significa que não tenha impacto no Brasil", explicou.

Balanço

Segundo a Defesa Civil, o Rio Grande do Sul contabiliza 172 mortes provocadas pelas chuvas, além de 42 desaparecidos. Dos 497 municípios do estado, 475 foram afetados de alguma forma pelos temporais. A tragédia impactou na vida de mais de 2.3 milhões de pessoas.

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