Vice-Presidente Geraldo Alckmin visita áreas atingidas pela forte estiagem na região de Catalão (AM)
Cadu Gomes/VPR - 04/10/2023
Vice-Presidente Geraldo Alckmin visita áreas atingidas pela forte estiagem na região de Catalão (AM)

Uma pesquisa realizada pelo World Weather Attribution (WWA), um grupo internacional de cientistas especializados em assuntos climáticos, apontou que a  seca que atingiu a Amazônia em 2023 teve como principal causador as mudanças climáticas. Segundos os resultados publicados nesta quarta-feira (24), o fenômeno natural El Niño, que costuma fazer com que a região tenha grandes secas, teve uma influência menor no último ano.

Bacia Amazônica vem enfrentando uma forte estiagem desde meados de 2023. Em algumas regiões, os rios chegaram a atingir os níveis mais baixos em mais de um século. A floresta acabou sofrendo com o aumento dos incêndios, o que contribuiu para a maior poluição do ar. Já a fauna da região acabou sofrendo com a temperatura elevada da água, como a morte de 150 golfinhos cor-de-rosa, que está na lista de animais ameaçados de extinção.

O estudo da WWA, que juntou cientistas de universidades e agências meteorológicas no Brasil, Holanda, Reino Unido e Estados Unidos, mostrou que as mudanças climáticas têm diminuído as precipitações e aumentando a temperatura na Amazônia. Tais fatores elevaram em 30 vezes as chances de seca na região, tendo um impacto maior que apenas o El Niño.

Para o estudo, os cientistas examinaram os impactos das mudanças climáticas no período de seca. Eles então compararam o clima atual, que apresenta cerca de 1,2ºC de aquecimento global, com o clima pré-industrial, sem os impactos do ser humano.

Na Bacia Amazônica , dois índices foram usados para avaliar a gravidade da seca: o Índice Padronizado de Precipitação (SPI) — modelo que leva em consideração a baixa precipitação e mede a seca meteorológica —; e o  Índice Padronizado de Precipitação Evapotranspiração (SPEI) — modelo que avalia a baixa precipitação e evapotranspiração, medindo a seca agrícola.

Desta maneira, foi possível analisar a seca sem a influência do El Niño, entendo qual foi o papel do evento natural na seca. Dessa maneira, entendeu-se que, ainda que o El Niño tenha contribuído para a seca, as mudanças climáticas foram o principal fator.

O estudo foi um alerta para o mundo. Segundo os cientistas, o cenário ideal seria com temperaturas 1,2°C mais baixas em todo o mundo, o que traria uma seca considerada menos intensa.

No caso das mudanças climáticas, os principais fatores ressaltados são as emissões de gases do efeito estufa provenientes da queima de petróleo, gás e carvão. Caso o planeta esquente mais de 2ºC, secas como as vistas no último ano deverão acontecer quatro vezes mais.

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