Relatório contou com cientistas do Instituto Nacional de Geofísica
Unsplash/Thomas Vimare
Relatório contou com cientistas do Instituto Nacional de Geofísica

Um estudo internacional revelou nesta quinta-feira (11) que em 2023 os oceanos registraram a temperatura mais elevada da história pelo quinto ano consecutivo, com aumentos nos índices de calor, estratificação e salinidade.

Segundo os especialistas, esta tendência de aquecimento continuará ao longo do século, mesmo que as emissões de gases com efeito de estufa sejam interrompidas.

No ano passado, a  temperatura média global da superfície do mar registou um aumento de 0,23 graus Celsius em comparação com 2022. Os dados constam no estudo "New Record Ocean" sobre temperaturas oceânicas e indicadores climáticos, realizado por uma equipe internacional que também inclui cientistas do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) e da ENEA.

A temperatura das águas oceânicas aumentou entre 8 e 15 ZettaJoules em relação a 2022 na camada entre 0 e 2 mil metros de profundidade.

Já o Mediterrâneo atingiu o valor térmico mais elevado desde o início dos registros modernos.

O estudo lembra que as águas oceânicas cobrem 70% do planeta e absorvem aproximadamente 90% do calor causado pelo aquecimento global.

Além do aquecimento geral das águas, foram também encontradas anomalias muito fortes nas temperaturas superficiais do oceano, com valores inesperados atribuíveis neste caso não só ao aquecimento global, mas também às flutuações térmicas de curto prazo do Oceano Pacífico devido à transição dos fenômenos La Niña e El Niño.

A pesquisa recorda que as águas globalmente mais quentes produzidas pela combinação destes fatores podem alterar a tendência meteorológica a nível global.

Desta forma, no ano de 2023, o Mar Mediterrâneo se confirmou como a bacia com aquecimento mais rápido entre as analisadas no estudo.

De acordo com os especialistas, desde 2013 o Mar Tirreno apresenta um claro aquecimento na camada de água entre os 150 e os 450 metros de profundidade, que se estendeu depois às mais profundas [até 700 metros].

Neste caso, entre 2013 e 2016, o aquecimento foi superior a 0,4 graus, seguido de uma ligeira queda e de um período estável. As temperaturas da água voltaram a subir desde 2021, atingindo o recorde em setembro de 2023.

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