Marina elogia acordo na COP28, mas cobra ação justa de países ricos

Ministra também negou contradição com leilão de petróleo

Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil - 27/11/2023
Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, celebrou nesta quarta-feira (13) a  aprovação do primeiro acordo na COP28 que menciona explicitamente a necessidade de reduzir o uso de combustíveis fósseis no planeta.

Em coletiva de imprensa em Dubai, Marina destacou que agora há uma "forte sinalização para governos e empresas de que esse tema passa a fazer parte dos compromissos assumidos por todos".

"Trabalhamos muito para que saíssemos daqui com essa base. Já estamos há 31 anos fazendo esse debate, e pela primeira vez tivemos um resultado que considera uma trajetória para levar ao fim dos combustíveis fósseis", disse a ministra.

No entanto, segundo Marina, essa transição precisa ser "justa" e liderada pelos países mais ricos, que alcançaram seu desenvolvimento calcados na queima de combustíveis fósseis.

"O Brasil trabalhou até o último minuto para que ficasse muito claro que os países desenvolvidos deveriam tomar essa dianteira", afirmou a ministra.

A aprovação do acordo chega no mesmo dia em que o governo brasileiro leiloará centenas de blocos exploratórios de petróleo e gás, incluindo na Bacia do Amazonas, mas, de acordo com Marina, isso não significa uma contradição com os resultados da COP28.

"Em relação à oportunidade e conveniência da exploração de petróleo, é o debate que está sendo feito a partir de agora, em que os setores público e privado terão que traduzir o compromisso que aqui assumimos em suas ações e planejamentos", salientou.