Planeta Terra tem junho mais quente da história em 2023

Observatório europeu afirmou que recordes de temperatura vêm sendo batidos ao redor do mundo desde abril

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil - 03/03/2022
Termômetro de rua na Tijuca registra onda de calor na cidade do Rio de Janeiro

O planeta registrou o mês de junho mais quente da história neste ano, informou o observatório europeu Copernicus nesta quinta-feira (6). O  recorde foi atingido após elevação da temperatura nos oceanos, diversas mudanças climáticas e pelo  retorno do El Niño.

"O mês foi o junho mais quente a nível global, um pouco mais de 0,5 grau Celsius acima da média de 1991-2020, o que supera por ampla margem o recorde anterior de 2019", afirmou o observatório da mudança climática. Segundo os especialistas, a temperatura média da Terra no mês passado foi de 16,51ºC.

Recordes de temperatura vêm sendo batidos ao redor do mundo desde abril deste ano, segundo o Copernicus, fazendo com que cresçam as chances de incêndios florestais e secas.

Dados analisados pelo observatório levam em consideração informações desde 1950, sendo utilizadas como referência junto aos números divulgados pela agência meteorológica dos Estados Unidos, NOAA.

Os termômetros registraram recordes no nordeste da Europa e algumas regiões do Canadá, Estados Unidos, México, Ásia e leste da Austrália "foram consideravelmente mais quentes que o normal", afirmou o observatório.

No entanto, ao mesmo tempo em que algumas regiões registraram mais calor, a temperatura ficou abaixo da média no oeste da Austrália, dos Estados Unidos e da Rússia.

"O recorde de junho de 2023 se deve, em grande parte, às temperaturas elevadas na superfície do oceano, que constitui 70% da superfície do globo", afirmou o Copernicus.

Em decorrência do El Niño, as temperaturas haviam registrado recordes no Oceano Pacífico em maio.

A tendência de aquecimento continua em julho. Nesta segunda-feira (3), o planeta Terra alcançou um novo recorde do dia mais quente desde 1979, alcançando a temperatura média de 17,01°C.  No entanto, na terça-feira (4), a média alcançou 17,18°C, segundo Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa).

Nos próximos meses, a Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da Organização das Nações Unidas (ONU), informou que o aquecimento será alimentado pelo El Niño, que vai continuar com uma intensidade "ao menos moderada" ao longo do ano.

Além disso, "o gelo marinho antártico teve sua menor extensão no mês de junho desde o início das observações de satélite, ou 17% a menos que a média", observou o Copernicus.