Amazônia: desmatamento cresce quase 57% no governo Bolsonaro, diz Ipam
Segundo o instituto, desde o início do governo Bolsonaro, o Brasil registrou uma explosão nas áreas desmatadas
Um estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia ( Ipam
) informou que, desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), houve uma explosão de desmatamento
em terras públicas federais na Amazônia, chegando a um patamar alarmante.
Segundo o instituto, a média anual de devastação da Floresta Amazônica foi 56,6% maior, de 2019 a 2021, em relação ao período anterior ao governo Bolsonaro, de 2016 a 2018. Uma tendência de crescimento nessa taxa já era observada e períodos eleitorais tendem a registrar maior destruição.
Mais de 32 mil km² de floresta foram desmatados de 2019 a 2021, o equivalente a 21 vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
Os dados usados pelos pesquisadores vêm do Prodes , programa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ( Inpe ).
De acordo com os números, 51% do desmatamento desde 2019 ocorreu em terras públicas e 83% em federais. Os cortes no orçamento de entidades que fazem a fiscalização é citado como um dos fatores para o aumento do desmate.
No início desta semana, um documento do Observatório do Clima mostrou que o crescimento na devastação ocorreu em meio ao menor número de multas em décadas e o uso de apenas 41% do orçamento disponível para fiscalização .
Além disso, houve a substituição de diretores e chefes de operação do Ibama , mudanças na atuação, flexibilização de penas e desarticulação institucional nas operações, "decorrentes do empoderamento do Exército Brasileiro para realizar a fiscalização".
A atuação do Exército tem recebido críticas de especialistas, segundo o Ipam , que afirmam que as ações militares não têm eficiência, e que eles deveriam apenas dar auxílio aos agentes do Ibama e ICMBio , especialistas na área.
Maior devastação
De acordo com os dados, a maior concentração de desmatamento no Amazonas está nas florestas públicas não destinadas, na divisa Amazonas-Acre-Rondônia, região conhecida como Amacro.
Os estados do Pará, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso e Roraima, além dos municípios de Altamira, São Félix do Xingu e Novo Progresso também merecem atenção para a questão.