UE aprova proposta que vê gás e energia nuclear como "sustentáveis"
Ambientalistas reprovaram a decisão e fizeram críticas aos governos dos países que fazem parte do bloco
Nesta quarta-feira (2), a Comissão Europeia, órgão da União Europeia (UE), aprovou a proposta para denominar o gás natural e a energia nuclear como "fontes sustentáveis" de energia. Após a inclusão das fontes em uma lista com o selo verde, a UE espera que isso possa impulsionar os investimentos privados em novos projetos nucleares e de gás, e que eles possam ter papel importante durante a transição para energias sustentáveis.
Ativistas climáticos, porém, não ficaram contentes com a decisão e fizeram críticas aos governos dos países que fazem parte do bloco. De acordo com eles, as iniciativas vão contra as medidas necessárias para mitigar o aquecimento global, além de serem negativas para o desenvolvimento de uma economia verde.
A aprovação do sistema era muito aguardada por investidores, mas dividiu opiniões entre os países da UE. A Holanda e Dinamarca, por exemplo, são contra a inclusão do gás natural porque não dependem dessas usinas. A Alemanha, por outro lado, defende a inclusão do gás, enquanto critica o rótulo verde para a energia nuclear.
Dentro bloco, apenas quatro países se mostraram contra a inclusão tanto do gás quanto da energia nuclear, são eles: Espanha, Áustria, Dinamarca e Luxemburgo. No entanto, é improvável que o plano seja barrado devido à pequena oposição, já que seria necessária a rejeição de ao menos 20 dos 27 Estados-membros, ou que a maioria do Parlamento Europeu — com 700 membros — votasse contra a proposta. O órgão tem quatro meses para analisar o texto.
Hoje, a bancada dos Verdes no Parlamento disseram que tentarão reunir maioria na assembleia para rejeitar a proposta. "A Comissão está cometendo um erro histórico com esta proposta. A Europa está desistindo de sua liderança global em finanças verdes", disse Bas Eickhout, vice-presidente holandês da bancada. "A Europa diz que o gás fóssil está bom por 10 anos. Qual mensagem isso transmite, por exemplo, aos países africanos que também estão pensando em seu futuro energético?"