A rede de laboratórios clínicos brasileira Dasa anunciou hoje uma parceria com a Covaxx, divisão da United Biomedical, para testar mais uma vacina contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) no Brasil em 2.000 voluntários.
O imunizante é uma vacina baseada em um peptídeo — uma biomolécula relativamente pequena, composta de uma sequencia de aminoácidos — que imita a estrutura de proteínas do novo coronavírus e serve como antígeno: faz o sistema imune gerar anticorpos capazes de neutralizar o patógeno.
A vacina está ainda em estágio de conclusão da fase 1, que avalia segurança do produto, num teste em Taiwan. O Brasil vai abrigar pacientes de um teste combinado de fases 2 e 3, que avaliarão simultaneamente a imunogenicidade (a capacidade de induzir produção de anticorpos neutralizantes) e a eficácia (capacidade de proteger de fato contra o vírus).
As empresas afirmam que esperam começar a recrutar pacientes em novembro, após o relatório sob a fase 1 ser submetido à aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Você viu?
— Nossas equipes já estão discutindo os detalhes para desenhar o protocolo e a logística para acelerar esse processo, mantendo a segurança — afirmou Mei Mei Hu, CEO da Covaxx.
Segundo Gustavo Campana, diretor médico da Dasa, a rede de laboratórios usará sua base de dados para recrutar os pacientes para o teste. Segundo ele, a empresa já processou mais de 1,5 milhões de exames de Covid-19 , e possui os dados necessários para o trabalho.
A Covaxx é uma iniciativa ligada ao bilionário Peter Diamandis, criador da Fundação X Prize, que promove inoção em diversos setores, notadamente no setor espacial.
O teste clínico de fase 1/2 no Brasil será bancado em parte por um aporte de R$ 15 milhões da Dasa e do grupo Mafra Hospitalar e outros R$ 15 milhões das empresas MRV, Localiza e Banco Inter.