Foi divulgado um comunicado nesta quinta-feira (16) para informar que os testes clínicos em humanos para uma vacina contra o vírus da zika começaram a ser realizados pelos Institutos Nacionais da Saúde (NIH, na sigla em inglês).
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A vacina contra o vírus da zika foi desenvolvida por pesquisadores do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (Niaid, na sigla em inglês) e tem caráter experimental. Elas serão administradas em 28 adultos sadios, com idades entre 18 e 50 anos.
“O Niaid segue comprometido com o desenvolvimento de vacinas seguras e efetivas contra o vírus da zika, e estamos felizes de começar os testes clínicos com uma vacina atenuada”, disse o diretor do instituto, Anthony Fauci.
O imunizante, é do tipo que tem micro-organismos vivos ou debilitados previamente, já que a ideia é provocar uma resposta defensiva do corpo para a prevenção de certas doenças.
Até o momento, não há nenhuma vacina autorizada para evitar a infecção pelo zika - mesmo com vários centros de pesquisa estarem tentando desenvolver doses eficazes.
No caso das doses criadas pela equipe do cientista Stephen Whitehead, do Niaid, foram utilizadas técnicas de engenharia genética para desenvolver um chamado vírus quimérico, criado por meio da combinação de genes de vários vírus.
Esse vírus está vivo, mas atenuado, por isso não é capaz de provocar a doença nos receptores. Dessa forma, ao ser introduzido no corpo, o vírus enfraquecido deve provocar uma resposta do sistema imunológico.
Nessa primeira fase, os testes clínicos deverão apontar como será a resposta imunológica nos participantes do experimento, para avaliar a segurança da vacina experimental. Antes, durante os testes em macacos, os resultados foram “promissores”, informaram os cientistas.
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Os testes serão feitos no Centro de Pesquisas de Imunização da Universidade Johns Hopkins em Baltimore, em Maryland, e no Centro de Testes de Vacinas da Universidade de Vermont.
Zika chegou no Brasil do Haiti
O zika chegou ao Brasil proveniente do Haiti, apontou um estudo desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco que rastreou os caminhos da doença. Segundo os pesquisadores, provavelmente a doença foi trazida por imigrantes ilegais e militares brasileiros que participaram da missão de paz no país caribenho.
Até então, o que se sabia era que o zika saiu da Polinésia Francesa, mas não havia vindo de lá diretamente para o Brasil. A rota percorrida ainda era desconhecida.
Antes, ele migrou para a Oceania, depois para a Ilha de Páscoa, de onde foi para a América Central e o Caribe e só então chegou ao Brasil, no final de 2013. O trajeto coincide com o caminho percorrido por outras arboviroses, como dengue e chikungunya.
Entre as hipóteses consideradas até então estava a de que o vírus teria entrado no Brasil durante a Copa do Mundo de 2014, trazido por turistas africanos. Outra teoria era de que a introdução teria ocorrido durante o Campeonato Mundial de Canoagem, realizado em agosto de 2014 no Rio de Janeiro, que recebeu competidores de vários países do Pacífico afetados pelo vírus.
“Esse resultado aponta para o fato de que a América Central e Caribe são importantes rotas de entrada para arbovírus na América do Sul. Uma informação estratégica para a vigilância epidemiológica e para adoção de medidas de controle e monitoramento dessas doenças, especialmente em regiões de fronteira com outros países, portos e aeroportos”, destacou a fundação.
Ainda de acordo com a Fiocruz, em todos os casos brasileiros estudados, o ancestral em comum desse tipo de vírus é uma cepa do Haiti, país afetado por uma espécie de tripla epidemia de zika , dengue e chikungunya.
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Outra conclusão do estudo é que houve múltiplas introduções, independentes entre si, do vírus zika no Brasil . Isso muda a crença anterior de que um único paciente poderia ter trazido a doença, que depois teria se espalhado pelo país.