Seis espécies de bactérias com potencial para combater o mosquito Aedes aegypti foram identificadas por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu. A descoberta poderá fazer com que os microrganismos atuem como biolarvicidas para exterminar o inseto transmissor de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
Leia também: Teste em humanos da vacina contra zika deverá acontecer em um ano, diz ministro
O estudo, que contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foi baseado no isolamento de 30 diferentes bactérias encontradas no intestino do Aedes aegypti . A partir daí, os cientistas colocaram cada bactéria em contato com a larva do mosquito.
Dessa forma, foi possível observar que seis espécies bacterianas tinham entre 60% e 90% de capacidade de combater as larvas em até 48 horas, conforme informou o coordenador do Laboratório de Genômica Funcional & Microbiologia de Vetores (Vectomics) do Instituto de Biotecnologia (IBTEC), Jayme Souza-Neto, em entrevista à Agência Fapesp.
De acordo com ele, ainda é preciso que novas análises sejam feitas para definir melhor o potencial larvicida dos microrganismos, como quais são as concentrações necessárias para que as bactérias sejam mortas e qual período mínimo de exposição e tempo que os microrganismos permanecem ativas.
Boletim epidemiológico
O Ministério da Saúde divulgou na terça-feira (28) que 357 municípios brasileiros ainda estão com risco de surto de dengue, zika e chikungunya , onde o percentual de casas encontradas com larvas do Aedes aegypti foi superior a 9%.
Porém, os índices das doenças citadas diminuíram. Até 11 de novembro de 2017, cerca de 240 mil casos prováveis de dengue foram detectados em todo o país. O dado demonstra uma redução de 83,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em relação aos possíveis casos de chikungunya, foram mais de 184 mil casos neste ano, com taxa de incidência de 89,5 casos para cada 100 mil habitantes. A redução é de 32,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Sobre os casos de zika, foram registradas pouco mais de 16 mil suspeitas, o que representa uma queda de 92,1% em relação a 2016. A taxa de incidência passou de 103,9 em 2016 para 8,2 neste ano.
Já quando se fala nos número de óbitos, também houve queda significativa de 82,4%, reduzindo de 694 óbitos por dengue em 2016 para 122 em 2017. Em relação às mortes por chikungunya neste ano, foram confirmados laboratorialmente 149 óbitos. No mesmo período do ano passado, foram 211 mortes confirmadas, uma redução de 29,4%.
Leia também: Quem já teve zika não corre o risco de ser infectado novamente, diz pesquisa