Depois dos testes em laboratório, o próximo passo é aplicar a substância que bloqueia o zika em organismos vivos
Sumaia Vilela / Agência Brasil
Depois dos testes em laboratório, o próximo passo é aplicar a substância que bloqueia o zika em organismos vivos

Uma nova substância poderá ser a solução para interromper a produção do vírus zika em células neurais e epiteliais. A descoberta foi feita por cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco e o estudo sobre a 6-metilmercaptopurina ribosídica (6MMPr) foi publicado na última sexta-feira (11) na edição da revista International Journal of Antimicrobial Agents, mas a instituição só divulgou nesta terça-feira (15).

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Esse é mais um sinal de avanço nos estudos contra o vírus zika no Brasil. Ao ser testada em laboratórios, a substância se mostrou eficaz em 99% das avaliações realizadas no Departamento de Virologia e Terapia Experimental da Fiocruz Pernambuco, mesmo em diferentes dosagens e tempos de reação.

Outra vantagem identificada pelo estudo é que a 6MMPr é menos tóxica para as células neurais, uma boa notícia para futuros tratamentos de infecções no sistema nervoso. “Diante das manifestações neurológicas associadas ao vírus Zika e os defeitos congênitos provocados pelo mesmo, o desenvolvimento de antivirais seguros e efetivos são de extrema urgência e importância”, afirma o coordenador da pesquisa, Lindomar Pena, conforme texto enviado pela Fiocruz.

A investigação da substância começou há um ano, financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe). O próximo passo da pesquisa é uma avaliação in vivo, ou seja, feita em um organismo vivo.

Gastos

Também nesta mesma terça-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório que revela o gasto dos países da América Latina e Caribe  com os tratamentos de crianças que foram vítimas do vírus.

Em dois anos, o Brasil já gastou o equivalente a US$ 4,6 bilhões para tratar as animálias causadas pela zika, ou seja, 0,09% do Produto Interno Bruto. A longo prazo, o custo também foi previsto, e a epidemia deverá gerar um impacto socioeconômico de US$ 10 bilhões.

No último boletim epidemiológico realizado pelo Ministério da Saúde, foi possível constatar que neste ano os índices de transmissão já não são tão altos quanto em 2016, quando a epidemia estava no auge.

Nos primeiros meses de 2017 os casos de Zika tiveram redução de mais de 95%, comparado ao mesmo período do ano passado.  De acordo com os dados publicados, as infecções por esse vírus caíram de 170.535 casos, em 2016, para 7.911, neste ano. Isso significa que a incidência passou de 82,8 casos para 100 mil habitantes, em 2016, para 3,8, neste ano.

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*Com informações da Agência Brasil

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