
Criar o hábito de leitura pode ser uma tarefa muito difícil, principalmente quando o livro escolhido é muito grande. Para leitores iniciantes, começar por um calhamaço de 500 páginas acaba sendo desanimador. Por isso, livros curtos, com menos de 200 páginas, podem ser a escolha perfeita para quem deseja começar a ler mais, lendo bem.
Abaixo, confira 10 livros curtos para criar o hábito da leitura! Eles vão de clássicos a contemporâneos, passam por diferentes nacionalidades e abordam temas diversos.
+ Descubra como criar o hábito da leitura e não desistir dos seus livros
1 . A metamorfose, Franz Kafka
Provavelmente um dos livros mais famosos de Franz Kafka, com a icônica frase inicial da narrativa: “ Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso”.
“A Metamorfose” é uma reflexão de 96 páginas sobre o papel de um homem em sua vida diária: quem nunca se sentiu deslocado e sem propósito? Gregor é o único provedor sua casa e agora é um inseto.
A história é narrada com um realismo inesperado que associa o inverossímil e o senso de humor ao que é trágico, grotesco e cruel na condição humana.
2. Mário e o mágico, Thomas Mann
Com traços autobiográficos, este livro de 112 páginas apresenta os primeiros relatos do fascismo na literatura. A história gira ao redor de uma mal sucedida férias de verão que culmina numa tragédia.
O narrador, um chefe de família alemão , conta não só os incidentes como uma incômoda atmosfera que cercou sua estadia, isto é, uma tensão causada pela presença de uma elite arrogante além de uma população mais hostil e conservadora.
O livro, apesar de se passar no século 20 trata de uma política muito atual e alerta para as consequências do crescimento da extrema-direita no mundo.
3. Sono, Haruki Murakami
“Sono” são 118 páginas nas quais é possível sentir a angústia da personagem.
A narrativa acompanha uma personagem aparentemente normal: uma mulher, de trinta e poucos anos, casada com um dentista , mãe de um filho pequeno e dependente. Porém, ela de repente não consegue mais dormir.
O livro está permeado pela busca por autoconhecimento, pensamentos sobre escolhas na vida, literatura e realismo fantástico.
4. Em agosto nos vemos, Gabriel García Márquez
Livro póstumo de Gabriel García Márquez. Em 132 páginas, ele fala acerta da alma feminina. O autor conta como as mulheres entre 40 e 50 anos se relacionam com o mundo externo, retratando a solidão e sensação de abandono em mulheres com a faixa etária da protagonista.
Uma vez por ano, no dia 16 de agosto, Ana Magdalena Bach viaja até a ilha em que sua mãe está enterrada para levar flores ao seu túmulo. Porém, nestas viagens, ela também engana o marido: cada noite na ilha se converte em um encontro com um homem diferente.
Um hino à vida, ao desejo feminino e à resistência do prazer apesar da passagem do tempo, escrito pelo vencedor do Prêmio Nobel de Literatura.
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5. A Revolução dos Bichos, George Orwell
O clássico de 152 páginas que critica o totalitarismo. George Orwell narra a jornada de um grupo de animais que decide se rebelar contra o dono da fazenda onde vivem, o Sr. Jones. O livro é uma alegoria e uma sátira sobre o totalitarismo, mais especificamente com os rumos que tomados pela Revolução Russa , de 1917.
Pode parecer uma simples fábula infantil em uma leitura distraída, mas suas mensagens funcionam de maneira quase didática para expressar o que Orwell acreditava que acontecia dentro do regime soviético .
6. A obscena senhora D, Hilda Hilst
Este livro de Hilda Hilst, com apenas 80 páginas, é uma mistura de corporeidade e abstração, do prosaico com o erudito, da especulação filosófica com a loucura, a união do mais degradado ao mais sublime. Ficou curioso?
Nele, o leitor mergulha na recusa da personagem principal em se ater às normas que lhe são impostas, entre elas, as da sociedade burguesa que habita.
O livro é todo narrado em fluxo de consciência, ou seja, quem lê passa o tempo todo dentro da cabeça da personagem principal.
7. Vidas secas, Graciliano Ramos
“Vidas Secas”, em 176 páginas, retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca .
A obra pertence à segunda fase modernista, conhecida como regionalista, e é qualificada como uma das mais bem-sucedidas criações na época.
Apesar de ser um clássico, o livro possui apenas 13 capítulos que são narrados de forma objetiva pelo autor , que economiza nos adjetivos para transmitir a aridez do ambiente e seus efeitos sobre as pessoas que estão ali.
8. O menino do pijama listrado, John Boyne
Em 192 páginas, o leitor acompanha Bruno, um menino de 9 anos que não sabe nada sobre o holocausto , quando ele conhece Shmuel, um menino judeu. Conversando por uma cerca , eles descobrem que nasceram no mesmo dia.
Esta é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.
Apesar do tema da história ser triste e pesado, é uma leitura linda que vale a pena por cada página bem escrita pelo autor.
9. As Intermitências da Morte, José Saramago
O que acontece quando a Morte decide pedir demissão ? É sobre o que trata as 208 páginas deste livro de Saramago. A decisão da entidade, que de início parece uma benção, expõe as relações entre Igreja, Estado e a vida cotidiana. O autor, misturando o bom humor e a amargura, trata da vida e da condição humana brilhantemente.
Um livro reflexivo que desafia o leitor a confrontar suas próprias ideias sobre a finitude, sendo leitura indispensável para aqueles que apreciam literatura que combina profundidade filosófica com uma narrativa envolvente e imaginativa.
Apesar do peso do nome do autor, esta é uma leitura leve e fluida, com uma linguagem nada rebuscada e ideias que fluem sem dificuldade.
10. Tudo é rio, Carla Madeira
O livro de estreia de Carla Madeira narra em 210 páginas a história do casal Dalva e Venâncio, que tem a vida transformada após uma perda, resultado do ciúme doentio do marido. Uma outra personagem central é Lucy, a prostituta mais depravada e cobiçada da cidade, que entra no caminho deles formando um triângulo amoroso.
O enredo é envolvente e cheio de reviravoltas, o que mantém o leitor sempre ansioso pelo que vai acontecer a seguir.
Os personagens são profundamente cativantes e bem construídos, o que torna a leitura
ainda mais impactante. O estilo de escrita da autora é fluido e envolvente, tornando a leitura prazerosa e fácil de se deixar levar.
Nacional e contemporâneo, Belo Horizonte, em Minas Gerais , serve como pano de fundo para a narrativa, mas é o rio que atravessa a cidade que se torna uma metáfora central no romance.
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