Falta pouco para o início das Olimpíadas de 2024 e há 76 anos uma mulher negra entrava para a história do esporte. Melânia Luz (1928-2016), aos 20 anos, foi a primeira mulher negra a participar da delegação de atletismo brasileira. Se tornando velocista por seu amor ao São Paulo Futebol Clube (SPFC), representou o time paulista e o Brasil nas pistas ao longo da premiada carreira.
Os inúmeros títulos e prêmios, porém, não foram o suficiente para que o legado de Melânia permanecesse nos holofotes esportivos – sobretudo, entre as gerações mais jovens, que desconhecem essa importante figura na luta pela diversidade no esporte. A falta de reconhecimento mudou apenas nos últimos anos, quando seu time do coração resgatou sua memória e a transformou em um símbolo ao lado dos outros mascotes do clube.
Conheça a história de Melânia Luz, a velocista pioneira.
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Quem foi Melânia Luz
Melânia Luz nasceu no dia 17 de maio de 1928, no bairro Bom Retiro, em São Paulo . Foi registrada apenas no 1º de junho de 1928 e comemorava seu aniversário duas vezes ao ano por esta razão. C riada no bairro do Canindé, que na época abrigava a sede social e o centro de treinamento do São Paulo Futebol Clube, frequentava o estádio com os pais. Com a proximidade, criou amor não só pelo futebol, mas pelo mundo esportivo como um todo. Entre as atividades físicas que praticava, a corrida foi quem lhe despertou a paixão.
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Melânia Luz e o esporte
Pode-se dizer que o seu amor e carreira como velocista nasceram graças ao São Paulo Futebol Clube. Era torcedora do tricolor por causa dos pais e da proximidade do centro de treinamento do clube. O fervor pelo time a fez se aproximar do mundo dos esportes . E não demorou para cair nas graças da corrida e iniciar sua carreira atlética como velocista. Competiu no atletismo pelo próprio SPFC, e representou o Brasil nos Jogos Olímpicos.
Aos 20 anos, foi a primeira mulher negra do Brasil a disputar as Olimpíadas, em 1948, na Inglaterra . A edição também representou a primeira vez que o Brasil enviou uma equipe feminina de atletismo por meio da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) – inativa nos dias de hoje. Ainda assim, a desigualdade entre os números impressiona: entre os 81 atletas, apenas 11 eram mulheres. Entre elas, Melânia era a única negra.
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Para as Olimpíadas de Paris, a delegação brasileira apresenta uma configuração inédita: pela primeira vez, a maioria é feminina. Do total de 277 atletas, 55% são mulheres, número 8% maior do que o registrado nas Olimpíadas de 2020, em Tóquio.
Melânia Luz foi seis vezes vencedora do Troféu Brasil e 14 vezes consecutivas a campeã paulista , acumulando 20 títulos ao longo da vida. Era comandada pelo técnico alemão Dietrich Gerner e treinava sempre aos finais de semana, já que de segunda a sexta precisava se equilibrar entre dois empregos.
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