Por Ricardo Sayeg*
Hoje com 57 anos de idade fico a observar os jovens com até 30 anos de idade, que foram aquinhoados pelo sacrifício de seus pais; e, o seu sucesso potencial.
São bem educados e formados em boas escolas e faculdades. A estes jovens os pais deram de tudo o que estava ao alcance deles; e, a vida lhes oferece boas oportunidades.
Aliás, a geração dos pais deles, a minha geração, não teve as oportunidades que os jovens de hoje têm quanto a internet , tecnologia , conectividade, idiomas, inteligência artificial etc.
A formação e acesso destes jovens são, sem dúvida, melhores do que foi a de seus pais; e, inimagináveis na nossa época.
Entretanto, nota-se em muitos deles, nem todos graças a Deus, desorientação, instabilidade e fraqueza, associada com arrogância e inexperiência de vida.
A verdade é que muitos destes jovens nunca passaram por inseguranças , problemas e dificuldades reais; porque foram criados em ambientes protegidos, dentro de bolhas, livres dos riscos, perigos e fatalidades típicas da vida.
Assim, estes jovens foram e estão expostos à armadilha do “leãozinho alimentado”, sintetizada no conceito de que tempos difíceis edificam homens fortes; homens fortes geram tempos fáceis; e, tempos fáceis produzem homens fracos!
De que adianta serem bem educados e formados em boas escolas e faculdades, se estes jovens forem desorientados, instáveis e fracos; e, para complicar, arrogantes e despreparados para a vida.
Então, o que devemos fazer?
Os jovens necessitam de mentores , pessoas mais velhas e experientes que possam orientá-los no melhor caminho a seguir.
Esta é a mais sagrada e bela tarefa da nossa geração.
Devemos assumir junto a eles, a missão de orientá-los à vitória e a não cair na armadilha.
Orientar que eles são especialmente responsáveis pelo sucesso pessoal e individual deles próprios; contudo, jamais deixando de dar igual prioridade a todos, a fim de que ninguém fique para trás.
Orientar que devem ser pragmáticos, comprometidos e focados em conquistar resultados positivos, primando pela eficiência.
Orientar que sejam cautelosos, pois a vida é difícil e cruel, de modo que, devem se conscientizar que sempre irão viver sob riscos, perigos, desastres etc.
Orientar que o fracasso faz parte da jornada e coisas e situações ruins irão inevitavelmente acontecer, entretanto, que devem estar mental e espiritualmente decididos e preparados a não desistir e seguir em frente.
Orientar a jamais serem arrogantes e a se portarem com resiliência, acreditando na capacidade de se recuperar após um revés, superando as situações de crise, adversidade ou infortúnio.
Orientar que o talento deve ser alimentado com o estudo e potencializado com planejamento e atitude.
Orientar que somente o talento não basta, pois a honestidade, estabilidade, seriedade, dedicação, disciplina, compaixão e solidariedade são primordiais; e, que estas condutas associadas ao talento lhes tornarão confiáveis e apaixonantes.
Orientar que dinheiro não é o fim e, sim, a consequência do trabalho realizado, ainda que não se sintam reconhecidos.
Orientar que devem controlar a ansiedade, evitar a precipitação; e, que para tudo há seu tempo.
Orientar que devem evitar agir por impulso; e, sim, a tomarem decisões informadas, refletidas e conscientes.
Por fim, orientar que a fé e a esperança são instrumentos poderosíssimos; e, crer em Deus as torna inabaláveis e a eles invencíveis, porque se Deus está com eles, ninguém pode contra.
Enfim, é nosso dever, para nossa própria iluminação, amparar e acolher nossos jovens; não com paternalismo; mas, sim, pela mentoria, contribuindo para serem pessoas realizadas, felizes, prósperas e socialmente úteis.
Que Deus os abençoe!
* Ricardo Sayeg . Professor Universitário. Livre-Docente, Doutor e Mestre em Direito. Comandante dos Cavaleiros Templários Guardiões do Graal. Presidente da Comissão Nacional Cristã de Direitos Humanos do FENASP. Imortal da Academia Paulista de Direito.