Bolsonaro "tentou golpe", mas tem direito de se defender, diz Lula

Petista disse que defende presunção de inocência para o antecessor, que é alvo de diversas investigações

Lula diz não desejar mal a nenhum adversário
Foto: Agência Brasil
Lula diz não desejar mal a nenhum adversário

O presidente Lula  (PT) afirmou, nesta quarta-feira (26), que defende a "presunção de inocência" do seu antecessor Jair Bolsonaro (PL), alvo de diversas investigações - entre elas, a de uma suposta tentativa de golpe de Estado. A declaração foi dada em entrevista ao portal Uol .

"O que eu defendo para ele eu defendo para mim: que ele tenha direito à presunção de inocência, que ele tenha direito de se defender e que ele seja ouvido. É só isso o que eu defendo", declarou Lula. "Não quero que ele seja condenado ou que ele seja inocentado, eu quero que ele seja julgado corretamente".

O petista, entretanto, não deixou de ressaltar que acredita que o ex-presidente tenha tentado articular o golpe. "Que ele tentou dar o golpe, tentou. Isso é visível".

O presidente também criticou o recebimento de joias por Bolsonaro. "Presidente da República não ganha joia, presidente da República ganha presente", disse.

"Como eu também defendo a presunção de inocência, eu quero que ele seja julgado da forma mais honesta possível, que se defenda e que o veredito seja em função do crime, do tamanho que ele cometeu. Eu não desejo mal para nenhum adversário, eu não desejo evitar a disputa política de nenhum adversário, eu quero que dispute, o povo é que julga, é só isso que eu quero", continuou o presidente.

Investigações

Bolsonaro é alvo de uma  série de investigações da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria Geral da República (PGR). Entre elas, está a da tentativa de golpe de Estado, que culminou nos atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília, a da falsificação dos cartões de vacina e a da venda ilegal de joias que ele havia recebido de presente da Arábia Saudita.

Atualmente,  Bolsonaro é considerado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral por organizar um ato no Palácio da Alvorada para atacar a legitimidade das urnas eletrônicas.

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