UFRJ paralisa restaurantes universitários, com exceção de RU central

Causa é o forte impacto da falta de repasse financeiro nas contas da universidade, em razão da crise no MEC (Ministério da Educação)

Foto mostra uma refeição completa em um restaurante universitário da UFRJ
Foto: Reprodução: Instagram / @ufrjru
Foto mostra uma refeição completa em um restaurante universitário da UFRJ

A Universidade Federal do Rio de Janeiro ( UFRJ ) anunciou a paralisação de seus restaurantes universitários , com exceção do RU da unidade central, a partir desta quarta-feira (14). A causa é o forte impacto da falta de repasse financeiro nas contas da universidade, em razão da crise no MEC (Ministério da Educação).

Em comunicado, a Pró-Reitoria de Gestão e Governança da UFRJ informou que "a empresa contratada está com dificuldades para a manutenção integral do contrato, o que torna insustentável, no momento, o funcionamento dos restaurantes satélites localizados na cidade do Rio de Janeiro". A reitoria afirmou ainda que está "envidando todos os esforços para buscar uma solução e normalizar o funcionamento, mas devido ao cenário atual, as restrições de atendimento permanecerão por alguns dias".

A medida deve atingir principalmente estudantes pobres, que precisam da refeição fornecida pela universidade. Segundo o site da UFRJ, uma refeição custa R$ 2 para os alunos da instituição. Já para os servidores, esse valor varia entre R$ 12,8 e R$ 15, a depender da unidade.

Este ano, em razão da crise econômica, os restaurantes universitários, inclusive da UFRJ, tiveram um aumento de demanda. Por lá, houve um crescimento de 18% na frequência dos estudantes.

Segundo o Ministério da Economia, o MEC acumula R$ 2,368 bilhões em bloqueios desde o início do ano. Só no último dia 30 de novembro, foi bloqueados R$ 344 milhões. Depois de uma mobilização estudantil, os recursos foram restituídos , mas a situação ainda é crítica.

No início deste mês, representantes da Associação Nacional dos Dirigentes das Associações (Andifes) se reuniram com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. O presidente da Andifes, Ricardo Fonseca, afirmou que Nogueira citou a possibilidade de liberação de recursos no âmbito da PEC da Transição, negociada pelo presidente eleito Lula (PT) com o Congresso.

A PEC assegura R$ 145 bilhões fora da regra do teto de gastos e prevê a apresentação pelo governo de projeto de lei complementar sobre um novo regime fiscal até agosto de 2023. O cenário apresentado à transição era de que seriam necessários ao menos R$ 200 milhões para conseguir manter o pagamento de bolsas destinadas a estudantes em situação de vulnerabilidade social.

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