Assim como a rede municipal, a rede estadual de Educação do estado voltou com as aulas presenciais na manhã desta segunda-feira. Mais de 700 mil alunos, em 1.230 unidades dos 92 municípios, devem retomar as atividades escolares.
A Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) garante que investiu mais de R$ 60 milhões para a proteção contra a Covid-19 . Enquanto isso, a pasta afirma que vai ampliar a contratação de mães e assistentes sociais para compor o projeto Mulheres Apoiando a Educação (M.A.E.). O objetivo é identificar os possíveis alunos que não tomaram a vacina contra o coronavírus . Atualmente, a secretaria não sabe o percentual de estudantes vacinados, já que não que pede o comprovante da imunização durante a matrícula.
"Não temos uma porcentagem (de vacinados ou não). Na nossa matrícula não pedimos o comprovante de vacinação. A grande maioria dos nossos alunos já está vacinada e já completou o ciclo vacinal em função da idade. Mas nada impede que, com o projeto de mulheres em apoio à educação, a gente identifique os alunos que não se vacinaram e façamos uma campanha para que eles se vacinem. Mas o grande apelo que fazemos é que todos se vacinem. Estamos incentivando", disse o secretário Estadual de Educação, Alexandre Valle Cardoso, durante visita ao Colégio estadual Vicente Jannuzzi, na Barra da Tijuca.
O programa contará com a participação de mulheres de baixa renda, além de assistentes sociais que estarão presentes em escolas, com o intuito de aumentar a frequência, evitar a evasão escolar causada pela pandemia de Covid-19 e agora na tentativa de convencer os estudantes de se imunizarem.
"Da mesma maneira que fazemos com os alunos que não se matricularam e estão afastados da escola. São mães que estão em contato direto com a direção de cada escala. As direções das escolas já estão fazendo essa conscientização. Essas mulheres já trabalham para tentar buscar esses alunos e agora vamos tentar conscientizá-los sobre a importância da vacina", informou Valle, que completou:
"São mães de alunos que se cadastraram na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e ajudam as diretoras. São de cinco a 15 mulheres por escola, mas esse número sobe dependendo da escola (pela quantidade de alunos). São elas que vão trabalhar na busca ativa dos alunos com as diretoras. Quando elas detectavam a falta dos alunos, elas ligavam, mandavam mensagens. São mães, tias e avós que nos ajudam. São 9.390 mulheres. Estamos fazendo um novo chamamento para mais inscrições, agora com o foco na vacinação."
A pasta ainda não tem dados sobre o número da evasão escolar. No entanto, o chefe da Seeduc garante que, desde outubro, 90% dos alunos retornaram ao presencial.
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"A gente não sabia quem estava no híbrido ou não. Mas na volta tivemos quase 90% de retorno", informa o secretário.
Alexandre Valle voltou a pedir que os pais vacinem seus filhos e falou do investimento nas unidades de ensino para o combate à Covid-19.
"Fazemos um apelo para que as pessoas que não se vacinaram, se imunizem. Estamos vivendo um novo momento. Todas as escolas estão com condições financeiras para a proteção da Covid. Foram quase R$ 60 milhões de repasses. Tudo está sendo conduzido da melhor forma possível. Estamos felizes e é um desafio."
Alexandre Valle ainda comentou o relatório “Tiros no Futuro: Impactos da guerra às drogas na rede municipal de Educação do Rio de Janeiro” que o GLOBO revelou hoje. O documento mostra que 74% das escolas cariocas tiveram ao menos um tiroteio no seu entorno em 2019 .
"A segurança pública não afeta só a escola. Ela afeta toda a sociedade. O estado tem investido no combate à violência. Existe uma luta diária contra o crime. No momento em que o estado não se omite o combate é diário. Mas é uma preocupação muito grande e seria maior se o governo fosse omisso, o que não é. Esse dado é preocupante porque estamos falando de crianças, de jovens. Mas o governador em momento algum está se omitindo."