Coordenadores de 30 áreas de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), instituição responsável pela qualidade da pós-graduação no Brasil, assinam nesta sexta-feira uma carta com críticas à presidente do órgão, Cláudia Queda de Toledo.
Outros cinco coordenadores entregaram os cargos desde meados de dezembro. Com isso, 35 das 49 áreas já expressaram publicamente críticas à atual gestão da Capes.
De acordo com a nova carta, "as ações da presidência, seja na falta de diálogo amplo, necessário e respeitoso, seja na publicação de portarias intempestivas ou desprovidas de recomendações técnicas, que são revogadas pelas suas impertinências, colocam em risco o desenvolvimento sereno e transparente das ações de avaliação".
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Eles também criticaram a entrevista da presidente ao jornal O GLOBO, na qual ela afirma que as demissões coletivas são "insurgência" e "deserção".
"A inabilidade da Presidência que levou ao esgotamento e esgarçamento dasrelaçõesinternas fica evidente no tratamento inadequado dado aos consultores e coordenadores que renunciaram, e que foram qualificados em entrevista aos jornais como “desertores”. Estes pronunciamentos desrespeitosos em nada contribuem para trazê-los de volta e certamente afastam colegas que poderiam se candidatar a recompor essas coordenações neste momento desprovidas de liderança", diz o grupo.
Eles afirmam ainda que não pediram renúncia por entenderem que a permanência do grupo nos cargos pode impedir, ou dificultar, um eventual, e potencialmente maior, desmanche do sistema de avaliação da Capes.
Atualmente, 138 pesquisadores de cinco áreas já pediram exoneração de seus cargos.