A presidência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) fez com que o processo interno que permite a entrada de um policial federal na sala onde o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é elaborado se tornasse secreto. De acordo com a Folha de S. Paulo , servidores também denunciam que um documento teria sido apagado.
Segundo a publicação, o fato de um policial poder ter acesso à sala — que é bastante restrita — chamou a atenção dos funcionários técnicos do Inep. À Folha , a Polícia Federal (PF) disse que recebe solicitações do instituto para que haja vistorias na gráfica responsável pela impressão das provas desde 2017. No entanto, a corporação não mencionou a sala de segurança em relação aos anos anteriores.
De acordo com a PF, a inspeção no espaço secreto se refere à "segurança do ambiente, dos equipamentos, do controle de acesso, dos níveis de segurança de acesso", entre outros aspectos.
O presidente do Inep, Danilo Dupas, assinou um ofício em agosto que garante a avaliação do ambiente seguro do Instituto e a emissão de um relatório com recomendações. A partir desse documento, foi autorizado o policial entrar no espaço, em outro ofício, que está dentro do processo de número 23036.005279/2021-49.
A ação, porém, está com acesso restrito no sistema eletrônico de informações do governo sem justificativas, conforme o jornal.
Nessa quarta (17), em Congresso, Dupas e o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disseram que a inspeção é normal e teria ocorrido devido a uma reforma na sala. A autorização para a entrada do agente no local teria sido assinada por Eduardo Carvalho Nepomuceno Alencar, assessor de Governança e Gestão Estratégica do Inep.
O que diz a PF
Em nota, a PF informou que participa das atividades de verificação de segurança para a realização do Enem todos os anos, apesar de funcionários terem dito à Folha que isso nunca havia acontecido.
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Nesta edição, conforme a corporação, o Inep solicitou escolta para os funcionários encarregados de transportar as mídias das provas até São Paulo, local da gráfica responsável pela impressão. O órgão também teria pedido inspeção da gráfica e da sala segura em Brasília.
De acordo com a PF, a sala foi inspecionada por um perito no dia 2 e, no dia 8, dois peritos criminais inspecionaram a gráfica. "A vistoria da Plural e a inspeção da sala segura têm a finalidade de averiguar as condições físicas de segurança destes locais e em nenhum momento ter acesso a qualquer material didático ou a eventuais questões de prova", escreveu a polícia.
Em relação à sala segura, "a verificação se referiu à segurança do ambiente, dos equipamentos, do controle de acesso, dos níveis de segurança de acesso, saídas de emergência, existência de controles de biometria, enfim, os itens que garantiam que o local não fosse facilmente acessado por agentes externos", disse a corporação.
No comunicado, a corporação afirmou que a evolução do Enem demanda aprimoramento nas medidas de segurança contra fraudes todos os anos.