Falta computadores, celulares e internet para 86% das escolas do Brasil; entenda
Levantamento do Cetic mostra como problemas de acesso dificultaram o ensino remoto no último ano e destaca a dificuldade de responsáveis em apoiar os alunos nas atividades
A falta de dispositivos, como computadores e celulares, e acesso à internet na casa dos alunos foi um dos principais desafios para o ensino remoto no Brasil ao longo do último ano. Segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (31) pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), esta é uma realidade para 86% das escolas no país.
Os dados foram colhidos de setembro de 2020 a junho de 2021, por telefone, com gestores de 3,6 mil escolas públicas e privadas.
Entre as públicas, o percentual das que relataram dificuldades por conta da falta de internet, celular e computador é de 93% nas municipais e 95% nas estaduais. Já nas particulares, o número cai para 58%.
Ainda de acordo com a pesquisa, a falta de apoio dos pais e responsáveis aos alunos nas atividades escolares foi um problema ainda mais comum relatado pelas escolas pesquisadas: 93%.
Você viu?
Em terceiro lugar dos desafios enfrentados para continuar o ensino durante a pandemia, está o aumento da carga de trabalho dos professores (73%), seguido da dificuldade em atender alunos que vivem em áreas isoladas ou remotas (70%). Das escolas ouvidas, 65% também relatou dificuldade para atender alunos em condição de vulnerabilidade social.
A pesquisa levantou também as medidas adotadas pela escola para dar continuidade ao ensino durante a pandemia. A estratégia mais comum, relatadas por 93% delas, foi a distribuição de atividades e materiais pedagógicos impressos, entregues aos pais e responsáveis.
Outras foram a criação de grupos de aplicativos em redes sociais para falar com alunos ou pais e responsáveis (91%), a gravação de aulas em vídeo (79%) e a realização de aulas a distância com os alunos por meio de plataformas de videoconferência (65%).
"Os dados desta edição da pesquisa mostram claramente que escolas, educadores, pais e alunos buscaram formas de se adaptar ao novo cenário, enfrentando problemas de infraestrutura e conectividade para seguir com as atividades pedagógicas durante a pandemia", analisa Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.