Sindicato dos professores ameaça greve após Justiça liberar volta às aulas em SP

Ao iG, a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) afirmou que não há condições para retorno das atividades e que "aulas só voltam se houver segurança sanitária"

Foto: ESTADÃO CONTEÚDO
Volta às aulas foi liberada pelo TJSP; professores prometem paralisação

Após o TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) liberar a volta às aulas no estado de São Paulo , o sindicato dos professores (Apeoesp) anunciou que vai recorrer à decisão que libera a volta às aulas e realizará greve para impedir volta às aulas "enquanto não houver segurança sanitária".

Em nota, a Apeoesp afirma que a liminar "não atacou pontos importantes levantados pela entidade, notadamente a precariedade da infraestrutura das escolas públicas estaduais e o risco de contágio de profissionais da Educação e estudantes".

 "Não haverá volta às aulas sem segurança aos profissionais da Educação. Pelo direito à vida e pela prioridade dos professores na vacinação", acrescenta, em seguida. (O comunicado pode ser lido na íntegra ao final desta matéria).

Procurada pelo iG , Maria Izabel Azevedo Noronha, mais conhecida como Professora Bebel , presidenta do sindicato dos professores e Deputada Estadual pelo PT, disse que "Doria mente ao dizer que existe segurança" para o retorno das atividades escolares.

"As aulas só vão voltar quando houver segurança. Quando houver vacina para os profissionais da educação. É um absurdo querer que os professores voltem sem nenhuma segurança sanitária."

"Não adianta Doria e Rossieli [Secretário da Educação] falarem que vai voltar. Não vai. Ele [Dória] é mentiroso. Não adianta usar apenas uma escola de modelo integral como exemplo. Vá para periferia , lá tem escolas que não possuem condições mínimas em um momento de pandemia", completou.

Segundo Geraldo Francisco Pinheiro Franco, presidente do TJSP, órgão que suspendeu a liminar que determinava a interrupção das aulas, a solução da Justiça está "cercada de todas as cautelas necessárias para a proteção contra o contágio pela covid-19, com destaque ao artigo 6º do Decreto nº 65.384/2020, a determinar a adoção dos protocolos sanitários específicos aprovados pela Secretaria da Saúde".

O retorno das aulas havia sido determinado inicialmente para o dia 1º de fevereiro, mas, no dia 22 de janeiro, o prazo foi alterado para 8 de fevereiro para que os professores pudessem se preparar em meio ao aumento de casos de Covid-19.

Comunicado do sindicato dos professores

O presidente do TJ-SP, des. Geraldo Pinheiro Franco, suspendeu a liminar concedida ontem pela juíza Simone Gomes Casoretti, da 8a Vara da Fazenda Pública da Capital, que impedia o retorno às aulas e atividades presenciais nas redes públicas e privada do Estado de São Paulo.

A Apeoesp irá recorrer contra essa decisão, que não atacou pontos importantes levantados pela entidade, notadamente a precariedade da infraestrutura das escolas públicas estaduais e o risco de contágio de profissionais da Educação e estudantes, ambos amparados por dados técnicos, produzidos pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e por autoridade médica renomada, que não foram questionados pelo Governo do Estado.

Além disso, sinaliza com a deflagração de uma greve a partir do dia 8 de fevereiro. Não haverá volta às aulas sem segurança aos profissionais da Educação. Pelo direito à vida e pela prioridade dos professores na vacinação.