STF julga ação sobre Escola Sem Partido nesta sexta

Ação se refere ao município de Nova Gama, que aprovou lei baseada no Escola Sem Partido. Outros 15 processos parecidos tramitam no Supremo

Julgamento será realizado virtualmente em função da quarentena
Foto: Agência Brasil
Julgamento será realizado virtualmente em função da quarentena


O Supremo Tribunal Federal vai julgar nesta sexta-feira (17) a ADPF 457, que trata do município de Nova Gama, em Goiás. A prefeitura da cidade proibiu em 2015 o uso de materiais escolares que tratam sobre questões de gênero e sexualidade. Essa é uma das 15 ações que tramitam no tribunal referentes ao movimento Escola Sem Partido .

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A ação foi proposta pela Procuradoria-Geral da República, que questiona a constitucionalidade da lei municipal . Segundo a PGR , a lei de Nova Gama viola o direito à igualdade, a vedação de censura em atividades culturais, a laicidade do Estado, o direito à liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber. A Procuradoria argumenta ainda que é apenas a União pode legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional

A lei do município goiano foi suspensa no dia 20 de fevereiro por uma decisão liminar do ministro Alexandre de Moraes , que determinou que a lei não deveria vigorar até o julgamento da ADPF 457. Na ocasião o ministro concordou com o argumento da PGR de que o município invadiu competências da União ao aprovar a lei.

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Uma rede de ONGs e entidades do terceiro setor que lutam contra a disseminação dos ideais da Escola Sem Partido defendem que o julgamento não aborde apenas o conflito de responsabilidades entre município e União. Para a Artigo 19, é necessário tratar as questões de censura, preconceito, desinformação, pânico moral e intolerância religiosa. “A Artigo 19 confia que o STF vai assegurar os direitos fundamentais das gerações presentes e futuras, defendendo o Estado de Direito”, afirmou a entidade em nota.