Defensoria Pública da União entende que MEC comprovou correções no Enem

Defensor autor da ação recebeu documentos que atestam resultados corretos. Ele pediu queda da liminar pouco antes da decisão do STJ

Foto: Toffetti / A7 Press / Agência O Globo
Erros no Enem fizeram candidatos ficarem com notas mais baixas

A Defensoria Pública da União ( DPU ), autora do pedido que interrompeu a divulgação do Sisu , entende que os documentos apresentados pela Advocacia-Geral da União ( AGU ) comprovaram as correções.

De acordo com o defensor João Paulo Dorini, o governo demonstrou que a Cesgranrio e a Fundação Getúlio Vargas, aplicadores e corretores do Enem, "afirmam categoricamente" que 100% das provas foram submetidas à revisão.

"Apesar das pessoas não terem recebido as revisões, a gente tem a informação de que elas foram feitas Além disso, a AGU demonstrou que não houve prejuízo ao estabelecimento para os parâmetros de correção de provas pelo TRI o fato de algumas provas terem sido afetadas com o erro nas correções."

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Com as informações na mão, a DPU pediu ao juiz de 1.ª instância que derrubasse a liminar por entender que o governo já havia cumprido a decisão. Momentos depois de protocolar a petição, o Superior Tribunal de Justiça ( STJ ), ministro  João Otávio de Noronha, suspendeu a liminar.

"Com isso, a gente entende que eles cumpriram a decisão e não fazia mais sentido a liminar que impedia a divulgação dos resultados", avalia.

Fim do processo

No domingo, às 23h59m, terminou o prazo para que os estudantes fizessem a inscrição no Sistema de Seleção Unificado (Sisu). Em 2019 , foram 1.823.871 inscritos nesta etapa -- no ano anterior, haviam sido 2.117.908.

O prazo para inscrição previsto inicialmente era a última sexta-feira, mas foi prorrogado pelo governo depois que erros na correção de cerca de 6 mil provas se tornaram públicos.

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Neste semestre, são ofertadas 237.128 vagas em 128 instituições de ensino em todo o país.

Além dos erros nas correções, que deixou muitos candidatos inseguros, as inscrições no Sisu neste ano também foram marcadas por muitas instabilidades na plataforma e por confusões envolvendo as notas de corte. Uma mudança no sistema passou a computar a segunda opção dos vestibulandos, o que aumentou artificialmente as médias de cada curso.