Para quem temia uma reviravolta no Enem , houve alívio. As provas de Ciências Humanas, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação, realizadas no último domingo (3), foram consideradas, por especialistas, objetivas e sem polêmicas.
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Porém, as ausências mostram uma mudança ideológica: não houve nenhuma questão relacionada à ditadura militar nem à Era Vargas, tampouco houve menção ao feminismo ou à população LGBT. Leandro Vieira, professor de Sociologia do ProEnem, observou uma mudança no perfil do Enem , que ficou mais objetivo.
"As questões tinham opções bem menores do que normalmente costumamos observar", relata Vieira. "As questões mais enxutas, de certa forma, facilitam para o aluno porque geram menor possibilidade de confusão ao ler as diversas opções".
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De acordo com Romano, o exame “não ficou tendencioso para um lado ou para outro”, mas algumas omissões, na sua avaliação, falam por si. Diferentemente da tradição, as questões de História neste ano tiveram mais tópicos de História Geral do que brasileira. Também chamou a atenção a ausência de questões sobre o século passado. Segundo o professor, não houve nada sobre governo militar, nada sobre Era Vargas. Por outro lado, este ano teve mais questões de sociologia do que os anos anteriores.
"A prova não trouxe nenhum grande complicador, nada que pudesse quebrar a lógica, estava adequado, nada problemático. Havia receio de reviravolta sobretudo nas questões de Humanas, mas se mostrou equilibrada", analisa Romano.
Por outro lado, o leque de questões de Humanas também surpreendeu docentes. Havia uma questão sobre quilombos. Outra abordou a origem do totalitarismo segundo a filósofa alemã Hannah Arendt.
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"Algo interessante também é que caíram algumas questões relacionadas à ONU, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Conselho de Segurança das Nações Unidas, que são temáticas que muitas pessoas acreditam que poderiam deixar de aparecer por conta de algumas posturas do atual governo", conta Vieira.