"Ensino médio está no fundo do poço e precisa de mudanças", afirma ministro

Para ministro, ampliar carga-horária de estudos, aporte de recursos e potencializar a aprendizagem será essencial para reformular o ensino médio

Proposta novo ensino médio foi aprovada no início do ano passado, estabelecendo formação mais flexível para estudantes
Foto: REPRODUÇÃO/AGÊNCIA BRASIL
Proposta novo ensino médio foi aprovada no início do ano passado, estabelecendo formação mais flexível para estudantes

O ensino médio é o grande gargalo da educação básica brasileira e a etapa de ensino que concentra os piores indicadores escolares do País: há altas taxas de abandono, de repetência e, também, os piores índices de aprendizagem. Por tudo isso, segundo o ministro da Educação, Rossieli Soares, o maior desafio do próximo governante será tornar o ensino mais atrativo para os jovens.

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Para tanto, o ministro acredita ser essencial ampliar a carga-horária de estudos, o aporte de recursos e potencializar a aprendizagem. Com isso, seria possível a reformulação do  ensino médio , que, segundo Soares, está “absolutamente falido e no fundo do poço”.

Indicadores divulgados recentemente pelo Ministério da Educação ( MEC ) mostraram que sete em cada dez estudantes não aprendem o básico de português e matemática, e que quase um a cada quatro, ou seja, 23,6%, repete de ano ou abandona a escola. Na outra ponta, apenas 4,5% dos estudantes alcançaram um nível de aprendizagem considerado adequado pelo MEC em matemática e 1,6% em língua portuguesa.

“Hoje, o ensino médio é para poucos, é excludente. Algo precisa ser feito. Acredito muito que esse ensino, no modelo que é, não atende mais os jovens”, acrescentou a secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Smole.

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Modificações para um novo ensino médio

Foto: shutterstock
MEC mostrou que sete em cada 10 estudantes não aprendem o básico em português e matemática no ensino médio

Uma das propostas que visam reajustar essa etapa de aprendizado foi chamada de "novo ensino médio" e foi aprovada no início do ano passado. Ela estabelece uma formação mais flexível para os estudantes , que poderão escolher itinerários formativos com ênfase em matemática, linguagens, ciências da natureza, ciências humanas e ensino técnico.

No período em que foi enviada ao Congresso Naciona l, a reforma do ensino médio foi criticada por ter sido estabelecida por meio de medida provisória, sendo inclusive um dos motivos de muitas ocupações de escolas e universidades em 2016.

Porém, para que a lei seja aplicada, será necessário um trabalho conjunto de entes federados, já que depende da aprovação da Base Nacional Comum Curricular, que permanece em discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE), da definição dos currículos que serão aplicados em cada rede a partir da base e da formação de professores de acordo com as novas diretrizes propostas.

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Os ajustes ainda exigirão uma reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que terá de se adequar ao que os estudantes estão de fato aprendendo. A lei estabelece que as redes terão de aumentar as matrículas em tempo integral, ou seja, para sete horas diárias. Até 2022, todas as escolas deverão oferecer ensino médio de pelo menos cinco horas por dia.

*Com informações da Agência Brasil