Há um oceano separando as crianças de Piracicaba, no interior de São Paulo, e os jovens estudantes de Luanda, na Angola. A distância entre os dois grupos, no entanto, pôde ser encurtada por meio de um projeto inovador que aproveita um aspecto comum entre as crianças brasileiras e angolanas: o estudo da língua portuguesa.
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Desde o início deste ano, alunos com idades entre 10 e 11 anos matriculados na Escola Estadual Doutor Samuel de Castro, em Piracicaba, trocam correspondências com crianças da Ilha de Mussulo, que integra Luanda, na Angola. A ideia de unir estudantes de dois continentes a partir da língua portuguesa
faz parte de um projeto de mestrado sobre as relações entre os dois países e levado à escola pela professora Lidia Bilia Camargo.
Para dar início à experiência, os alunos foram incentivados a contar aos novos amigos angolanos sobre a rotina que eles vivenciam aqui no Brasil, como o dia a dia na escola, a relação com a família e sua cidade. Os primeiros textos já atravessaram o oceano e chegaram por lá em março, tendo sido levados pessoalmente pela mestranda Maria Isabel Baptista Barbosa de Oliveira, que nasceu em Angola e mora no Brasil desde os quatro anos de idade.
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Diferenças no idioma
“Alguns deles já tinham escrito cartas para familiares que moram em outros lugares, mas poucos deles. Grande parte dos alunos nunca tinham recebido ou feito uma carta. A atividade incentivou nos estudantes o gosto pela escrita e percebemos que eles estão mais atentos às aulas”, conta Lidia em entrevista à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
As cartas já foram respondidas e agora os estudantes de Piracicaba preparam uma outra leva de redações. Nesse curto tempo, os dois grupos já aprenderam com as diferenças e também as semelhanças da língua portuguesa falada em cada lugar. A atividade ajudou os estudantes a conhecerem mais sobre o gênero, que faz parte do currículo oficial de São Paulo.
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*Com informações e reportagem da Secretaria da Educação de SP