Vinícius Lummertz é secretário de Turismo e Viagens do Estado de SP e ex-Ministro do Turismo
Alan Morici
Vinícius Lummertz é secretário de Turismo e Viagens do Estado de SP e ex-Ministro do Turismo

Na coluna de semana passada abordamos a entrevista que concedi às ‘páginas azuis’ da revista IstoÉ Dinheiro, que teve como manchete “O Brasil precisa dar ao Turismo a importância do Agronegócio”. As primeiras perguntas feitas pelo repórter Celso Masson focaram no potencial do Turismo brasileiro e os motivos que não o levam a ser tão grande quanto o Agro, apesar de ser a segunda maior vocação mundial do Brasil. Nesta coluna de hoje vamos tratar da parte da entrevista em que conversamos sobre como transformar esse potencial em oportunidades.

E sobre isso, comecei respondendo com um exemplo, o do programa Mais Turismo, resultado de cooperação técnica com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que tem como foco Turismo e Meio Ambiente e que estamos desenvolvendo na Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo. A cooperação técnica custou US$ 250 mil, financiados pelo BID a fundo perdido, com o objetivo de estabelecer as bases de um plano de recuperação e retomada, tendo vista os impactos da pandemia. Um dos resultados é um programa de investimentos e um fundo de financiamento de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão) que irá beneficiar as regiões do Vale do Ribeira, Litoral Norte e Mantiqueira Paulista.

Todo esse recurso será investido em estruturação de produtos turísticos, marketing e posicionamento, fomento à inovação, sustentabilidade e fortalecimento da governança turística, gestão socioambiental e financiamento à cadeia produtiva do Turismo. O jornalista me perguntou se a ideia é transformar essas regiões ou suas cidades em Distritos Turísticos. Respondi que, até a gestão anterior, São Paulo tinha apenas um programa de fomento, que levava recursos para os municípios promoverem o Turismo, chamado Dadetur. O orçamento era de R$ 200 milhões. Nós lançamos novos programas e elevamos esse valor para R$ 550 milhões com o objetivo de estruturar e promover as regiões com a política de Distritos.

Estamos investindo em ‘place branding’, a construção de marcar locais, como já fizemos no Vale do Ribeira com a campanha Vem pro Vale. O ‘place branding’ ocorre em paralelo à criação de Distritos Turísticos, caso do Portal da Mata Atlântica, com base no Legado das Águas, do Instituto Votorantim, que envolve cinco municípios. Ou na Mantiqueira, que contempla Campos do Jordão, Santo Antônio do Pinhal e São Bento do Sapucaí.

A partir desses investimentos estamos projetando para os próximos quatro anos a geração de 750 mil empregos, sendo 250 mil diretos e 500 mil indiretos, e aumentar o PIB do Turismo no Estado dos atuais R$ 220 bilhões para R$ 270 bilhões. Essa projeção existe porque o Turismo é colocado no centro da pauta proposta no Plano de Governo de Rodrigo Garcia, que tem como prioridade a Educação e o Emprego - e o Turismo deverá liderar a geração de empregos nos próximos anos, em todo o mundo, assim como em São Paulo.

Estes são fatos e números que mostram o que pode ser feito na dimensão nacional. Mas assim como os Distritos Turísticos – que se transformaram em Lei aprovada pela Assembleia Legislativa paulista – existem inúmeros outros exemplos do que estamos construindo em São Paulo que podem ser adaptados às vocações de outros Estados e para uma política nacional de Turismo. Como Rotas Gastronômicas e Rotas Cênicas, planos regionais de Turismo, diminuição de impostos, promoção do Turismo em parceria com a iniciativa privada, crédito orientado, ensino do Turismo nas escolas, entre outras iniciativas.
Sobre eles vamos falar na próxima coluna nesta curta série “O Brasil precisa dar ao Turismo a importância do Agronegócio”.

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