Vinicius Lummertz é ex-ministro do turismo
Alan Morici
Vinicius Lummertz é ex-ministro do turismo

A Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo apresentou no dia 30 de agosto último os resultados de uma série de estudos de cooperação técnica que foram realizados em parceria com Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para apoiar a retomada e o desenvolvimento de longo prazo do Turismo no Estado. Como resultado desta cooperação, está a estruturação de um programa de investimento e um fundo de financiamento no valor total de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão) que irá beneficiar as regiões do Vale do Ribeira, Litoral Norte e Mantiqueira Paulista.

Os recursos serão utilizados em um programa de Turismo sustentável para estruturação dos produtos turísticos, marketing e posicionamento de mercado, fomento à inovação, sustentabilidade e fortalecimento da governança turística, gestão socioambiental e apoio e financiamento à cadeia produtiva do Turismo. Estabelecida em 2020, a cooperação técnica teve custo de US$ 250 mil financiado pelo BID a fundo perdido, com o objetivo principal de estabelecer as bases para a implementação de um plano de recuperação e retomada para o Turismo, tendo em vista os impactos da pandemia da Covid-19.

O estudo fez também importantes levantamentos sobre oferta e demanda de Turismo em São Paulo para identificar o foco mais apropriado para divulgar os ativos turísticos do Estado. O projeto foi realizado em seis etapas e, por fim, foram estabelecidas estratégias dirigidas para os cinco tipos de personas criadas, voltadas aos perfis aventureiro, ecopraiano, família relax, curioso relax e explorador.

Em entrevista sobre o tema que concedi à Mercado&Eventos, expliquei à jornalista Ana Azevedo que já realizamos diversas iniciativas nas regiões do Vale do Ribeira, Litoral Norte e Mantiqueira Paulista, como intervenções nas Rotas Cênicas das três regiões e melhorias de acesso aos atrativos turísticos. Após a aprovação do fundo na Secretaria do Tesouro Nacional, existe fase de detalhamento de todas as ações e definição final de todos os projetos.

Uma das perguntas interessantes da jornalista foi exatamente a respeito da pesquisa do perfil do consumidor. Ana Azevedo me perguntou se houve surpresa na delimitação das cinco ‘personas’ que serão alvo do programa e respondi a ela que no caso das estratégias de comunicação o estudo buscou entender as mudanças e tendências do Turismo para identificar o foco mais apropriado para divulgar os ativos turísticos do Estado. O projeto foi realizado em seis etapas e, por fim, foram estabelecidas estratégias dirigidas esses perfis, o aventureiro, o ecopraiano, a família relax, o curioso relax e o explorador. Mas, disse a ela, não é possível falar em surpresa, pois não havia um conceito predefinido para cada perfil.

Para atender a esses perfis, o programa prevê uma grande campanha de promoção na mídia nacional e internacional. É necessário fazer esses destinos conhecidos para poder atrais mais visitantes. Temos previstos US$ 24 milhões para essa iniciativa. Na nossa gestão, já promovemos uma grande campanha com o programa SP pra Todos e a criação dos Place Brandings – ou seja, a ideia de que cidades, regiões e lugares podem se tornar “marcas” que criem conexões por meio de experiências vividas.

Com a estruturação de destinos e produtos turísticos e um melhor ambiente para investir em hotéis, resorts, estruturas náuticas, parques temáticos e distritos turísticos, haverá uma expansão de mais de R$ 50 bilhões na economia de São Paulo até 2026. Esse investimento beneficia a economia como um todo. Com ele, haverá uma alta na demanda e aceleração do Turismo.

Por fim, coloquei à jornalista aquilo que considero fundamental para um programa dessa dimensão ser viabilizado e produzir resultados sociais e econômicos: o apoio do governador Rodrigo Garcia, que vê o Turismo como eixo central da agenda econômica do Estado. Nos próximos quatro anos, o Plano de Governo traçado por ele prevê a criação de 750 mil empregos, sendo 250 mil diretos e 500 mil indiretos.

Por tudo isso, considero que o programa de cooperação técnica com o BID é um exemplo para um país que é a maior potência mundial do Turismo. Mas todo potencial precisa ser desenvolvido – e para isso é preciso planejamento e investimento – senão ficaremos condenados a ser eternamente e apenas “a maior potência mundial do Turismo”.

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