A tragédia da guerra se torna ainda mais estridente quando temos qualquer tipo de conexão com um soldado que cai. Eu não conhecia Ariel Lubliner, paulistano de 34 anos que emigrou para Israel há 10. Também não conhecia sua esposa Bárbara, emigrada da Espanha, ou Lior, filhinho do casal de apenas 9 meses.
Sei, no entanto, que muitos brasileiros que vivem por aqui conheciam Lubliner ou sua família, que ainda reside no Brasil. Ele, como outros milhares de jovens judeus, decidiu emigrar para cá por amor a Israel e deixar a casa de seus pais. Durante o serviço militar, eles são chamados de “soldados solitários” e vistos com enorme respeito e carinho na sociedade israelense.
Em uma das reportagens exibidas na TV israelense, Lubliner foi descrito como um tipo sorridente, leal e que exalava a alegria brasileira típica, a qual encanta os israelenses.
Guerra pela existência
Difícil entender por que alguém toma a decisão de viver em um país sabendo que poderá lutar em uma guerra. Creio que só quem vive a realidade de ser obrigado a defender a existência de seu país poderia entender e admirar verdadeiramente essa opção. Afinal, Israel não é apenas a nação dos israelenses – é a terra de todos os judeus do mundo. A cada soldado que cai, o país e também as comunidades judaicas pelo mundo entram em convulsão. Não apenas pela dor da perda em si, mas também pelo fato de que Israel enterra seus soldados enquanto é simultaneamente acusado de genocídio.
Poucos se atentam ao fato de que Israel poderia ter finalizado a guerra em Gaza com ataques aéreos em poucos dias após a invasão do Hamas, em lugar de, ao longo de dois anos, evacuar populações inteiras de áreas de conflito, permitir a entrada de ajuda humanitária e, principalmente, enviar seus jovens soldados para realizar um trabalho cirúrgico que coloca suas vidas em risco.
O sargento da reserva Ariel Lubliner foi o 900º soldado a cair nessa guerra.
Em entrevista à CNN , o embaixador de Israel nos Estados Unidos, Yechiel Leiter, explicou a um jornalista da CNN os motivos pelos quais a morte de soldados em campo de batalha e a acusação de genocídio são absolutamente incompatíveis.
“Um país que é capaz de assumir controle do espaço aéreo iraniano em 72 horas, permitindo que os B-2s americanos viessem e eliminassem as usinas nucleares no Irã, não seria capaz de finalizar a guerra em Gaza mais cedo? Claro que sim! Mas isso não acontece porque nós adotamos precauções que nenhum outro país já adotou (...)