Palestino retira caixa com ajuda humanitária em Gaza
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Palestino retira caixa com ajuda humanitária em Gaza

Aconteceu de novo nesta semana: soldados israelenses foram acusados de abrir fogo em uma das quatro áreas destinadas à distribuição de ajuda humanitária no sul da Faixa de Gaza, provocando a morte de 31 civis palestinos. Como de praxe, o exército de Israel divulgou sua posição bem mais tarde, após checar os fatos em campo: não havia militares israelenses na área em que o incidente ocorreu e nem tampouco a comprovação das mortes. Fora isso, as cenas usadas pela mídia em todo o mundo são referentes a outro local que não o apontado na acusação.

“Hoje em dia, a guerra não é só militar e operacional, é também jurídica e midiática. Vivemos em um conflito de narrativas”, analisa o major Rafael Rosenszajn, porta-voz do Exército de Israel em língua portuguesa.

Vale a pena explicar melhor como a guerra de narrativas acontece na prática.

O desespero do Hamas

Israel vem alertando, desde o começo da guerra, sobre o fato de as centenas de toneladas da bem-intencionada ajuda humanitária internacional estarem sendo roubadas pelo Hamas e destinadas para seus próprios armazéns, para que sejam usadas para “pagamento” de seus combatentes e também para a geração de renda para a continuação da guerra. Fora isso, em lugar de distribuir esses produtos gratuitamente, o grupo os comercializa por valores inacessíveis no mercado negro.

A forma encontrada por Israel para mudar essa realidade foi colocada em prática há poucos dias, deixando a distribuição a cargo de uma entidade terceirizada e criada para este fim chamada Gaza Humanitary Foundation (GHF). Não há ninguém mais desesperado com essa iniciativa do que o Hamas que, para deslegitimizá-la, emprega sua mais poderosa arma de guerra: as fake news.

“O Hamas usa a mídia para ferir a legitimidade de Israel e agora criou a alegação falsa de que nosso exército ataca aqueles que se aproximam para buscar a ajuda humanitária nas áreas designadas de distribuição. Seu intento é gerar pressão internacional para que esse sistema seja desmantelado e o controle sobre os alimentos volte para suas mãos”, explica o major Rafael.

A estratégia já não chateia nem surpreende o governo, o exército ou o povo israelenses. No entanto, reforça o cansaço de ter que, semana após semana, refutar as narrativas falsas do Hamas e reiterar suas verdadeiras intenções na guerra.

Essa não é uma técnica nova, nem tampouco moral. Mas, cá entre nós, quem exigiria moralidade a um grupo terrorista? Justamente por isso cabe ao público estar atento e questionar o noticiário. Ou, no mínimo, consumir notícias lembrando que há sempre interesses desconhecidos por trás delas. Bom senso e serenidade talvez sejam a melhor ferramenta para tanto.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG

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