Incêndio se aproxima de Jerusalém
Reprodução/X
Incêndio se aproxima de Jerusalém


“Que fase”, diria Milton Leite. Em guerra há um ano e meio, com 59 reféns ainda mantidos pelo Hamas em Gaza, ataques insistentes vindos do Iêmen — inclusive hoje, quando um  míssil atingiu uma área próxima ao principal aeroporto internacional do país —, um mergulhador morto em um ataque de tubarão na semana passada... e o país em chamas durante os dois dias mais “sagrados” do calendário secular israelense: o Dia da Memória e o Dia da Independência.

As chamas devoraram mais de 6 mil acres (cerca de 2.400 hectares) das florestas próximas a Jerusalém. Grandes rodovias foram interditadas. Centenas de pessoas tiveram de abandonar seus carros nas estradas e milhares de moradores de comunidades num raio de 30 quilômetros do foco dos incêndios precisaram ser evacuados. Trens foram suspensos, o governo declarou estado de emergência e países como Itália, Croácia, Espanha, França, Ucrânia, Romênia, Macedônia do Norte e Chipre enviaram aeronaves de combate a incêndios florestais.

@kan_news השריפה בהרי ירושלים: מכוניות עולות באש בכביש 1, נוסעים נמלטו ברגל #כאן11חדשות #שריפה ♬ original sound - כאן חדשות




Motoristas abandonam seus carros para fugir das chamas

Inicialmente, acreditou-se tratar-se de um evento climático, já que o país enfrentava, naquele dia, uma tempestade de areia e temperaturas anormalmente altas para a época (chegando a 36 graus Celsius). Posteriormente, os focos de incêndio distantes entre si, aliados a outras evidências — como árvores isoladas em chamas, conforme registrado por equipes de emergência — indicaram que se tratava de ações criminosas, possivelmente incitadas por publicações em redes sociais. Em 24 horas, a polícia israelense prendeu 18 suspeitos.















Equipes de socorro mostram evidências de queimada criminosa

Queimadas como essa cortam o coração do israelense, que cultiva um amor incomum pela terra de Israel. É preciso lembrar que a maior parte das árvores do país foi plantada, e que 53% do território é desértico. No judaísmo, há inclusive uma festa dedicada às árvores, chamada Tu Bishvat.

Haja paciência. Haja coração. E haja resiliência.

Dias simbólicos para Israel

Há quem tenha visto um sinal divino no fato de esse incidente acontecer justamente durante dois dos dias mais significativos para os israelenses: o Dia da Memória (Yom Hazikaron) e o Dia da Independência (Yom Haatzmaut), que ocorrem um imediatamente após o outro.

É uma gangorra de emoções proposital: em um dia, Israel chora os soldados e civis mortos em guerras ou atentados terroristas e, no seguinte, celebra com enorme festa a criação do Estado moderno de Israel. É uma sequência que, na verdade, começa uma semana antes, com o Dia do Holocausto, e que conta a história moderna do povo judeu — da tragédia de um povo desprotegido, passando pelo alto preço pago pela criação do Estado judeu e, finalmente, a celebração da soberania nacional.

Em função das chamas, e também dos 59 reféns que tragicamente continuam prisioneiros em Gaza, este foi um ano de pouca comemoração. Ainda assim, há motivos para celebrar: neste 77º ano de vida, a população de Israel chegou à marca de 10 milhões de habitantes.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!