Terminei o artigo anterior referindo-me à dificuldade de o Exército resolver a questão dos criminosos espalhados nas favelas, entre a população honesta e trabalhadora. De lá para cá essa questão ficou mais clara, com a necessidade que os militares sentiram de 'fichar' os moradores, fotografando-os com suas carteiras de identidade. Uma atitude considerada inconstitucional pela OAB, o que mostra como é delicado o equilíbrio de qualquer intervenção.

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Não deveriam ser fichados também os moradores de Ipanema e Leblon?
Arte O Dia
Não deveriam ser fichados também os moradores de Ipanema e Leblon?

Por coincidência, as últimas imagens da violência no Rio de Janeiro a aparecer na TV, antes da intervenção, foram cenas gravadas em Ipanema/Leblon, bairros considerados fora da violência. Chocaram as cenas de uma mulher levando uma gravata de um bandido, com o comparsa se apoderando de todos os valores de sua bolsa, mais celular. Além de um supermercado saqueado em Ipanema.

De repente, o presidente tirou de cena a Reforma da Previdência e decretou a intervenção federal de maneira intempestiva e atabalhoada, sem planejamento. 

Nas Forças Armadas houve divisão de opiniões a respeito desse envolvimento.

O planejamento é uma constante em todas as ações militares, e até isso Temer conseguiu subverter, ao empurrar os militares a ações planejadas a posteriori.

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Como nas favelas os moradores estão sendo fotografados com seus respectivos documentos, a pergunta é se não deveriam ser fichados também os moradores de Ipanema e Leblon, em busca de chefões do tráfico que gostam de morar bem.

É no desmonte da logística do crime, que o Exército pode se dar bem, o que já está acontecendo, havendo apreensões importantes com o fechamento das entradas da cidade.

Melhor ainda seria a repressão dos envios de armas e drogas diretamente da fonte. Ou seja, Foz do Iguaçu, fronteiras da Bolívia, Paraguai, etc.

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A Marinha, que está tendo sucesso na construção de um moderno submarino, poderia ter uma frota de barcos leves, rápidos e armados para operação nas fronteiras fluviais do Brasil, a um custo muitas vezes menor do que o de uma nave de guerra sofisticada.

Nesse tipo de missão, a Marinha estará muito mais à vontade, e com maior probabilidade de sucesso, do que o Exército às voltas com o intrincado mundo das favelas do Rio.

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