A corrupção é um mal endêmico na nossa sociedade, de tal forma que qualquer brasileiro com determinado poder nas mãos vai usá-lo em seu próprio benefício, em detrimento da empresa, entidade ou país que lhe pague os proventos. Há exceções, mas ficou difícil invocar valores éticos e morais que convençam alguém a agir de forma honesta, em especial na área pública, onde os processos por malfeitos se acumulam sobre centenas de pessoas que continuam por aí como se nada tivesse acontecido.
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Todo mundo vai se acostumando com os noticiários e de repente passa a achar normal, por exemplo, o funcionamento do Congresso Nacional . Ali as principais votações são decididas pela compra de parlamentares por emendas ou nomeações, em busca dos votos necessários à aprovação de alguma pauta, não importa qual. Quesito em que se destaca o presidente da República, jogando xadrez com os ministros que entram e saem do governo para votar, e no dia seguinte retornam a seus postos, enquanto substitui deputados rebeldes na Comissão de Ética, gastando páginas do Diário Oficial nesse vai e vem. Ninguém pergunta se aquilo que foi votado interessa ao país.
Outra excrescência é o foro privilegiado , onde os criminosos de colarinho branco do Legislativo ou Executivo não podem ser processados, a não ser pelo Supremo, que até hoje não condenou nenhum desses 'aforados'.
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O Supremo, que seria o último bastião da moralidade no país, está em baixa. Agora o espetáculo que proporciona é a briga de dois ministros trocando ofensas.
No episódio só resta uma parte educativa, de gente letrada. É a capacidade de xingar com um palavreado elegante em vez de usar expressões chulas que eles gostariam de proferir, como essas duas pérolas do Barroso: "Vossa Excelência não trabalha com a verdade". Na Rocinha ele seria um reles "mentiroso, trolero, embusteiro".
"Não transfira para mim essa parceria que Vossa Excelência tem com a leniência em relação à criminalidade do colarinho branco". Na Rocinha: "Tu é amigo de bandido, gosta de passar a mão na cabeça dos bacana que enfiaram a mão na bufunfa".
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