A história recente da Bolívia oferece ao mundo, especialmente ao povo brasileiro, uma lição eloquente sobre o gosto amargo da ilusão socialista, mas que, nem por isso, aderiu à direita radical.
Durante quase duas décadas, sob o comando da esquerda, o país foi conduzido por um projeto político que, sob um discurso enganoso e ilusionista de pseudojustiça social e pretensa soberania nacional, instituiu um abominável aparelhamento estatal com isolamento econômico.
O resultado foi trágico: colapso econômico e fiscal, associado à corrupção endêmica, atestada pela percepção internacional.
Tanto que o socialismo boliviano, no poder, profundamente desacreditado, foi triturado no 1º turno das eleições presidenciais, não tendo sequer se habilitado ao turno seguinte.
A nação boliviana, nas mãos do socialismo, tornou-se um retrato desolador do fracasso de um modelo ineficiente e corrupto que se sustentou em supostas promessas de justiça social e soberania, e entregou ruínas.
O discurso socialista sempre se assentou na velha retórica populista da “nacionalização dos recursos” e do “forte papel do Estado na economia”. Contudo, o que se apresentou ao povo boliviano como programa de soberania e justiça não passou de um arremedo ideológico de poder, articulado por slogans retóricos e uma máquina pública hipertrofiada.
O socialismo boliviano destruiu a competitividade de mercado, desestimulou o empreendedorismo e expulsou os investimentos.
A estatização socialista criou um sistema de dependência parasitária, em que a ineficiência prevaleceu e a corrupção institucionalizada feriu de morte o país.
Os resultados estão à vista. A Bolívia, destroçada economicamente, figura, segundo o mais recente relatório da Transparency International (Índice de Percepção de Corrupção – CPI 2024), na 133ª posição entre 180 países, com apenas 28 pontos numa escala de 0 (muito corrupto) a 100 (muito limpo).
Isso coloca a Bolívia, conforme a percepção internacional, entre os 50 países mais corruptos do mundo, reprovada com a nota vermelha de 2,8 de 10 possíveis, o que não surpreende diante da hipertrofia estatal sob essa falsa retórica de soberania nacional e justiça social.
Essa vexatória posição significa que, na Bolívia, há uma percepção internacional de que o governo e as empresas públicas transformaram-se em antros de desvio, balcões de propina. O erário foi saqueado e lá não se tem segurança jurídica.
Então, o fato é claro: a Bolívia, sob o socialismo, colapsou. Asfixiaram a iniciativa privada, e a percepção de corrupção selou a desconstrução da confiança nas instituições do Estado. A economia estagnou, o abastecimento de combustíveis e alimentos ruiu, a inflação disparou, e o povo, traído pelas promessas de abundância, viu-se condenado a uma gravíssima crise econômica e institucional a ponto do governo experimentar uma massacrante rejeição nas eleições presidenciais, na qual dois candidatos de direita subiram para o 2o turno.
A Providência não abandona os povos que se recusam à servidão ideológica. No domingo passado, dia 19 de outubro de 2025, a Bolívia ergueu a bandeira da liberdade associada à fraternidade cristã. Rodrigo Paz, senador do Partido Democrata Cristão (PDC), de centro-direita, sob o compromisso de um capitalismo humanista, venceu o 2o turno das eleições presidenciais com 54,5% dos votos, contra 45,5% de Jorge “Tuto” Quiroga, também de direita.
Sua vitória não representa apenas uma mudança de governo, mas a esperança no soerguimento de uma nação à luz da Direita Humanista.
Com ela, encerra-se o patético ciclo socialista e inaugura-se uma nova era de reconstrução sob os valores da Direita Cristã e do Capitalismo Humanista, que coloca o ser humano no centro do desenvolvimento econômico e a dignidade das pessoas acima da manipulação ideológica.
O povo boliviano compreendeu que a liberdade humanista é a condição para a prosperidade.
A direita cristã, agora, recebe um país em profunda crise, mas não sem esperança. E será com base na fé, no trabalho e na responsabilidade fiscal que a Bolívia realmente poderá se edificar.
Porque a verdade é uma só: não se conquista a dignidade de um povo desprezando a economia. Não se assegura bem-estar social pelo descontrole do endividamento estatal. Não se fortalece o vulnerável enfraquecendo o forte. Não se protege o trabalhador inviabilizando o empregador. Não se socorre o pobre destruindo e confiscando o rico. Não se fomenta no povo, especialmente nos jovens, a independência e a iniciativa humana por meio do assistencialismo. E, sobretudo, não se promove a fraternidade social instigando o ódio de classes.
A vitória de Rodrigo Paz representa a vitória da liberdade humanista sobre a retórica da promessa socialista.
Parabéns, povo da Bolívia. Tenho esperança de que seu país reencontrou o seu caminho: o da liberdade cristã, da responsabilidade econômica e fiscal; e, o da dignidade nacional.
Que o exemplo do honrado e digno povo boliviano sirva de luz a toda a América Latina e, principalmente, ao Brasil.Em nosso Continente Sul Americano, nenhum povo se elevou pela servidão ideológica ao socialismo.