Tendência para o turismo é explorar melhor a natureza
Divulgação/PanamáP
Tendência para o turismo é explorar melhor a natureza

A nova tendência é o turismo regenerativo. Esse modelo vem crescendo entre viajantes mais conscientes, que buscam não apenas conservar os destinos, mas também regenerar os inúmeros impactos negativos causados aos ecossistemas durante seus passeios. Uma pesquisa desenvolvida na Universidade de Sydney, na Austrália, responsabiliza o segmento de viagens por 8% das emissões atuais de gases de efeito estufa.

Surge em contrapartida ao chamado "turismo predatório". Aumenta progressivamente entre os visitantes a conscientização e a preocupação de que sua estada seja mais harmoniosa tanto com o meio ambiente como com as comunidades locais. Esse respeito coloca em xeque o modelo tradicional e sinaliza para o setor uma necessidade urgente de investir cada vez mais nessa harmonização.

O modelo regenerativo abre caminho para um melhor equilíbrio entre essa atividade econômica e o crescimento do setor, com a preocupação de mitigar e compensar seus impactos, além de inserir as comunidades originárias na cadeia. Chega em consonância com a pressão pela implantação da Agenda ESG em todos os segmentos econômicos, incluindo o turístico.

Brasil a passos lentos
O Brasil está atrasado nesse modelo, apesar de ser um dos lugares com maior potencial e diversidade. O país ainda não utiliza esse conceito ou aplica essa marca em suas comunicações e publicidade. Usando o ditado "quem não cola, não sai da escola", um bom modelo para se basear possa ser o implantado no  Panamá. Com uma diversidade de atrativos menor do que a do Brasil, o vizinho vem redimensionando o setor rumo a essa linha sustentável.

O Brasil já faz o mesmo em roteiros e atrações isoladas. O que falta é protocolar, catalogar e reunir as iniciativas já existentes em pacotes e, principalmente, divulgá-los de forma mais consistente com essa nova embalagem.

Não vale Fake News
Mas é claro que, para que essa iniciativa funcione, não pode ser uma ação de greenwashing, nome dado ao marketing oportunista ou Fake News verde. Paralelamente para se vender o "turismo regenerativo", é preciso mostrar ações concretas e também reduzir os impactos do turismo tradicional, que em algumas linhas insiste em ser predatório.

O case Panamá
O Panamá, famoso por seu chapéu típico, vem se dedicando profundamente ao turismo, que se torna cada vez mais importante na composição de seu PIB. Estamos bem atrás desse país, que é um dos pioneiros na aplicação do pacote regenerativo como modelo de negócios. Como forma de mitigar o impacto deste  setor, o Panamá desenvolveu políticas e planos para promover práticas sustentáveis no segmento do turismo, como: incentivar a certificação de hotéis e operadoras turísticas dentro dos modelos responsáveis, promover o turismo comunitário e preservar a biodiversidade da região.

Dados do governo panamenho mostram que desde setembro de 2022, o país superou o número de turistas de antes da pandemia da Covid-19, uma recuperação de aproximadamente 83%. Com esse conceito regenerativo vem atraindo cada vez mais visitantes conscientes, entre eles os brasileiros, que estão entre os que mais procuram por pacotes nessa linha. Isso serve como um termômetro para as autoridades e empresários do setor no Brasil, mostrando que existe uma grande demanda interna por esse tipo de experiência.

A estratégia sustentável do Panamá foi destacada na Cúpula Mundial para o Futuro da Organização Mundial de Turismo (OMT) e identificada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como uma visão inovadora de turismo sustentável. Parte dessa estratégia é a rede de turismo comunitário do Panamá, SOSTUR, uma plataforma digital para comunidades rurais compartilharem sua visão e apoiarem a implementação do modelo regenerativo. Os viajantes podem selecionar passeios em várias comunidades piloto, com experiências ancoradas na cultura e biodiversidade do Panamá.

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