Ecoparque São Gonçalo
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Ecoparque São Gonçalo

Além da poluição lançada diretamente nos espelhos d'água, bacias, leitos e nascentes, o chorume — proveniente de lixo — afeta diretamente a qualidade. Esse líquido escuro e de cheiro forte é um tipo de resíduo da decomposição orgânica. Trata-se de um veneno que infiltra no solo ou escorre pelos cursos de água. Possui grande concentração de substâncias tóxicas e metais pesados. Ele deve ter tratamento prioritário, porque uma vez que este material entra em contato com o lençol freático, não há mais como reparar a contaminação e milhões de litros de água são comprometidos.

“O chorume contamina o solo e os lençóis freáticos em silêncio. Trabalhamos justamente para evitar esse dano, recebendo os resíduos, valorizando o que dele pode ser extraído e tratando esse efluente final, que volta para uso direto nas atividades do Ecoparque, como água de reuso”, afirma Milton Pilão, CEO da Orizon que opera o Aterro de São Gonçalo.

O Ecoparque de São Gonçalo foi um dos primeiros do país a implantar a tecnologia conhecida como osmose reversa. A capacidade de tratamento do chorume no local passou para 500 m³ por dia. O espaço recebe cerca de 800 mil toneladas anuais de resíduos sólidos urbanos e atende, além da população de São Gonçalo, as dos vizinhos Niterói, Maricá e Guapimirim. Juntos, os quatro municípios somam 1,8 milhão de pessoas, o que corresponde a 11% dos 17 milhões de habitantes do estado do Rio de Janeiro.

O que é Osmose Reversa?
Trata-se de uma dinâmica que filtra através de uma membrana fina e semipermeável. Essa camada possui pequenos poros que são tão finos que permitem apenas a passagem da água pura, ficando retidas as substâncias que estavam diluídas e poluindo o líquido. Esse material preso na malha vai desde sais dissolvidos até elementos químicos e outras impurezas, entre elas, as bactérias.

No Ecoparque, a água limpa resultante da filtragem é utilizada para irrigar o solo local. “Além de reforçar nosso compromisso com a preservação dos recursos hídricos, estamos sempre em busca por soluções inovadoras e sustentáveis no tratamento de água e efluentes. Nosso objetivo, além de debater a problemática da água — não apenas no dia 22 de março, mas no ano todo — é promover um futuro mais limpo e saudável para todos”, finaliza William Padilha diretor técnico da Ambiensys/Orizon que trabalha com a osmose reversa direta no tratamento do chorume.

No sul do país, o aterro sanitário do Complexo Industrial Ecotecnológico — CIETec, localizado em Paranaguá, também recorre à tecnologia para evitar a contaminação do solo da região.

Segundo dados do IBGE e da Agência Nacional de Águas, aproximadamente 35% da população brasileira ainda não possui acesso a serviços de saneamento básico, o que contribui para a poluição dos recursos hídricos. Além disso, a ANA estima que 56% das bacias hidrográficas do país estão em situação crítica ou de alerta em relação à qualidade da água.

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