Crise na Americanas preocupa projetos socioambientais
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Crise na Americanas preocupa projetos socioambientais

O pesadelo envolvendo uma das maiores varejistas do país não preocupa apenas seus credores ou frustra os sonhos de cerca de 150 mil acionistas - entre eles pequenos investidores que aplicaram suas poupanças acreditando na robustez do conglomerado. Tira o sono também de aproximadamente cem mil empregados diretos e indiretos.

Pode representar ainda um forte abalo socioambiental por ser uma das principais fomentadoras do projeto "Jirau da Amazônia". O acordo com a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) resulta em vários projetos e ainda garante o sustento de 368 artesãos de 28 comunidades da região, somando 315 famílias beneficiadas diretamente através da venda de seus artesanatos pela Americanas.com. Desta forma, garante a sobrevivência de indígenas, quilombolas, ribeirinhos e outros povos das florestas.

Projeto Jirau da Amazônia
A varejista não tira nenhuma porcentagem dos produtos socioambientais vendidos pela sua plataforma virtual. Todos os recursos são reinvestidos no próprio projeto ou rateados entre os artesãos. Através das vendas online esses profissionais faturaram mais de R$ 70 mil somente entre junho de 2019 e dezembro de 2020.

Os produtos são feitos de fibras, sementes, pedras, cipós e madeiras reaproveitados da floresta de maneira sustentável. No catálogo podemos encontrar leques, colares, pulseiras, bolsas, luminárias, redes, óculos e outras peças.

Outros investimentos ambientais
Segundo as Lojas Americanas, a cadeia também se faz presente em ações no combate às mudanças climáticas como parte da estratégia ESG adotada nos últimos quatro anos. Atua ainda em outra frentes de valorização dos povos da floresta por meio de projetos de empreendedorismo, educação, inclusão digital e gestão de resíduos.

"Só com o Jirau da Amazônia, ajudamos a levar os produtos da Floresta para mais de 53 milhões de clientes ativos da nossa plataforma, movimentando a bioeconomia e contribuindo para manter a Floresta em pé", comenta Bruna Saboia, gerente de sustentabilidade da Americanas S.A em produto patrocinado publicado em setembro do ano passado para comemorar o Dia da Amazônia.

Venda Natural da Terra
Uma das primeiras possibilidades levantadas em casos semelhantes é a venda de ativos para cobrir o rombo. E no topo da lista dos que podem ser ofertados está a Natural da Terra,  focada no comércio de alimentos orgânicos e saudáveis, comprada há pouco mais de um ano pelo grupo. Trata-se da maior rede varejista de legumes e verduras com 79 lojas físicas nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. 

Outra hipótese ventilada, é desmembrar a cadeia em duas e vender uma delas: a composta pelas lojas físicas e a Americanas.com – braço virtual da empresa.

Oxigênio fornecido pela Justiça
O apelo atendido pela corte do Rio de Janeira garante um tempo a mais para que os administradores encontrem a luz no fim do túnel com a suspensão da execução das dívidas. Os maiores credores são: Bradesco (R$ 4,7 bilhões), Itaú (R$ 4,7 bilhões) e Safra R$ 4,7 bilhões). 

Agora, num caso como este, são os médios e pequenos que figuram entre os maiores prejudicados, muitos deles já trabalhando com a hipótese de falência. A justiça deu ainda um prazo de 30 dias para que decida se entra ou não com o pedido de recuperação judicial.

Crise
As Lojas Americanas reconheceu a denúncia sobre suas inconsistências contábeis estimadas em R$ 20 bilhões. Porém, admitiu na justiça que o montante das dívidas pode chegar ao dobro. No entanto, possui, entre os seus maiores trunfos, os mais de 3.600 estabelecimentos comerciais espalhados pelo país. 

Fundado em 1929, o grupo ainda é dono da Submarino, do Shoptime, da Blockbuster, da Imaginariun e de várias outras marcas compradas nos últimos anos. Isso sem falar nos seus desdobramentos como as lojas Express e de Conveniências. 

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