Vih e Claudio são embaixadores do projeto Asid
Divulgação/Asid
Vih e Claudio são embaixadores do projeto Asid

O aumento de pessoas com deficiência no mercado de trabalho é facilmente percebido no nosso cotidiano. Mas isso ocorre por conta da conscientização social da empresa ou por força da lei 8.213/91, que pune com multas que podem chegar a R$ 228 mil a quem não cumprir a cota? 

Pela legislação, entidades com mais de 100 empregados precisam reservar 2% das vagas para este segmento, chegando a 5% para as que possuem mais de 1.000 empregados. A medida também inclui pessoas reabilitadas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

Preconceito empresarial
Infelizmente são raras as organizações que mantém uma quantidade maior do que a determinada a legislação. Isso aponta um forte indício de que não é uma inclusão espontânea, refletindo ainda um sistema de recrutamento viciado em estigmas e preconceitos e não nas reais potencialidades dos candidatos

Algumas organizações chegam a crueldade de preencher estatisticamente as vagas exigidas, mas não implantam a real inclusão, deixando de designar funções e atividades significativas ou as mantém fora do processo de crescimento organizacional, como: promoções, destaques, cargos de chefia, treinamentos ou cursos de aprimoramento.

Eficientes profissionais
E não resta a menor dúvida da potencialidade dessas pessoas, que se agarram com toda a força à oportunidade, resultando numa tendência maior de dedicação, estudo e preparação para o exercício profissional. Fora que, por sofrerem uma série de discriminações ao longo da vida, acabam sendo muito mais empáticos com o atendimento ao público e no relacionamento com os colegas de trabalho.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 45 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência no Brasil. Em 2018, o mercado de trabalho formal contabilizou a presença de 456,7 mil pessoas com deficiência e reabilitadas pelo INSS, reinseridas no mercado de trabalho. Os dados são da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério da Economia. O documento foi publicado em outubro de 2019.

Ação Social para Igualdade das Diferenças lança dois Embaixadores com objetivo de quebrar barreiras. "Vamos difundir e potencializar suas vozes nas redes sociais.", explica Leonardo Mesquita, líder do Projeto da ASID Brasil.

Conheça os Embaixadores
Claudio Aleoni Arruda, 37 anos, tem síndrome de Down, e sua grande paixão sempre foi o hipismo. Natural de São Paulo, já carregou a tocha olímpica e também é um cavaleiro, tendo conquistado em 2009 o título de Vice-Campeão da Regional Metropolitana de São Paulo e Vice-Campeão Paulista de Hipismo na série intermediaria, saltando 60 cm.

"Pensar alto é acreditar sempre em nossos sonhos. Quero ter muitos seguidores no Instagram e fazer bastante conteúdo. Quero que a sociedade tenha outro olhar em relação a nós, pessoas com deficiência, para acabar com o preconceito e o capacitismo", afirma Cláudio, sobre os planos em ser um dos Embaixadores da ASID.

Já Vitória Behs, ou Vi Behs, é uma pessoa com deficiência física e tem na moda seu objetivo de vida. Estilista e consultora, já participou de castings, ensaio de fotos e vídeos para lojas de roupas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Além disso, chamou a atenção nas redes sociais para a falta de acessibilidade arquitetônica na cidade de Canasvieiras (SC), o que, após viralizar, acabou pressionando a prefeitura a adaptar o local. Além de gostar de assistir séries, ler e escrever, ela fala fluentemente inglês e estuda alemão.

"Vai ser uma experiência muito legal e engrandecedora. O projeto irá abranger as pautas para a população em geral”, complementa.

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