Nenhuma surpresa no valor dado pelos jovens para as mídias sociais. O que chama a atenção é que ela não aparece em primeiro lugar. Adivinha qual surge em primeiro? Os aplicativos de bancos. Isso talvez explique não somente o crescimento das instituições financeiras virtuais como também de investimentos em geral, aplicações na Bolsa de Valores, o alavancar das criptomoedas... Apesar da habilidade digital, a inocência da idade juntamente com sua saga em empreender e ganhar dinheiro os coloca constantemente como vítimas de golpes, bolões fraudulentos e pirâmides.
Bancarização
A pesquisa realizada pelo Instituto Locomotivas entre essa faixa etária de classe média, aponta que a bancarização já os atinge: somente 12% dos jovens possuem contas abertas apenas em bancos tradicionais. No entanto, 28% em instituições financeiras digitais, 50% em ambas. Porém, 10% declararam não ter conta aberta.
"Essa geração representa um mercado com muito potencial no Brasil. Eles são um público mais digitalizado, mais escolarizado e mais ativo economicamente comparados ao total da população", comenta Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.
Mais velhos preferem trocar mensagens
Já entre os com mais de 35 anos, também de classe média, a preferência pelos aplicativos de bancos é substituída pelos mensageiros instantâneos, como o Whatsapp e o Telegram.
A sondagem foi encomendada pelo aplicativo de vídeos curtos Kawai, concorrente direto do Tik Tok.
O poder da Classe Média
A escolha desse recorte vem de seu potencial de consumo: movimentação de cerca de R$ 655 bilhões ao ano. Se esse recorte estudado — jovem/classe média — fosse um Estado, só perderia para São Paulo em renda per capita. São nativos digitais, criativos e demonstram preocupação com a sociedade. A classe média no geral representa 70% da população, contabilizando mais de 116 milhões de brasileiros, sendo 41,4 milhões de jovens.
"Há um entendimento bastante claro que este público é um dos principais segmentos em termos demográficos e de consumo em território nacional. Nosso objetivo com esse estudo é destrinchar os hábitos de consumo e entender melhor a relação dele com os apps e as redes sociais", comenta Paulo Fernandes, diretor de Kwai for Business nas Américas.
Principais interesses
A sondagem revela ainda que a Música é o maior interesse (60%). Na sequência: Carreira (57%) e Bem-Estar (56%). O estudo também sinaliza outra grande diferença geracional: os mais novos possuem maior afinidade com marcas, principalmente as esportivas. Tanto que vestuário surge no item consumo com 60% das citações, seguido pelo empate entre Higiene&Beleza e Alimentos para preparar — com 54%.
"Esses jovens querem espaços e plataformas onde se sintam representados. 84% disseram se identificar com marcas que trazem elementos do seu dia a dia e 77% preferem as que valorizam a cultura local do país", complementa Renato Meireles.