Celular pode virar arma contra nós mesmo
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Celular pode virar arma contra nós mesmo

Pode não conhecer o termo, mas certamente já ouviu casos envolvendo essa prática. Trata-se de divulgar sem consentimento fotos ou vídeos de pessoas nuas, o popular nude, registrados ou não com o consentimento da vítima. O crime não é atenuado se a pessoa permitiu que fosse registrada. Ele consiste é na divulgação indevida, quase sempre como formas de chantagear, intimidar ou se vingar.

Essa prática pode causar uma série de danos e constrangimentos, já tendo levado pessoas a cederem a resgates financeiros exigidos pelos chantageadores, assim como chegando à extremidade do suicídio. O crime não faz distinção de vítimas: homens, mulheres, crianças, adolescentes, mais velhos, casados, solteiros...

A facilidade de registros com câmeras precisas e minúsculas aliada a agilidade e viralização na forma de veiculação por meio das mídias sociais são fatores que ajudam a difundir essa prática. Fora a sensação de impunidade que existe no campo virtual e a ausência de uma legislação mais dura e específica.

Criação de leis próprias
Essa prática necessita de uma qualificação específica para se tornar mais precisa e eficaz. Atualmente o violador é punido por meio de adaptações de outras leis, como: crime contra a honra, injúria e difamação. Tem ainda a aplicabilidade da Lei Carolina Dieckmann para quem invadir dispositivos, computadores ou celulares de outros com objetivo de capturar imagens.

Combate social
Enquanto as legislações estão sendo refinadas para essa prática, a conscientização ganha suma importância: tanto para que as possíveis vítimas fiquem mais precavidas, como para intimidação dos violadores. Dois importantes aplicativos mundiais se uniram para iniciar uma campanha mundial. 

Perigo nas Troca de Nudes
Justamente os aplicativos de namoro e encontros costumam ser um dos mais usados para esse tipo de prática. Tanto impostores se passando por interessados, como por pessoas frustradas com o fim ou a não consolidação do relacionamento. Daí a importância da adesão de um deles nessa campanha.

"O Bumble se preocupa profundamente em fornecer às pessoas, especialmente às mulheres, as ferramentas de que precisam para se sentirem empoderadas online. Nosso objetivo é - por meio nossos recursos de produtos, políticas e parcerias - dar às pessoas mais controle sobre suas imagens privadas", revela Lisa Roman, vice-presidente de políticas públicas do app.

Cuidado com as crianças
Outra faixa etária que, por conta da inocência, vem sendo cada vez mais vitimada é a formada por adolescentes e crianças, principalmente assediadas por pedófilos. Por isso é de grande importância a incorporação da plataforma preferida dessa faixa etária, o Tik Tok nesse mutirão.

"Nosso objetivo no TikTok é promover um ambiente seguro e solidário para nossa comunidade, e não há lugar para esse tipo de comportamento ou conteúdo malicioso em nossa plataforma", explica Julie de Bailliencourt, chefe de política de produtos do TikTok.

Inglaterra, a pioneira no uso de tecnologia
A criação de um bloqueador e rastreador tem sido um forte aliado nesse combate. No Reino Unido, onde essa tecnologia está sendo aplicada desde 2021, estima-se que tenha ajudado a mais de 12.000 pessoas a conseguirem localizar, retirar do ar e rastrear os autores. Os adultos podem garantir que suas imagens íntimas permaneçam privadas com o envio das imagens de forma criptografada em que o receptor não poderá armazenar ou reproduzir.

"O StopNCII é um ponto de virada na luta contínua contra o abuso não consensual de imagens íntimas. Qualquer um que se sinta preocupado ou ameaçado com o compartilhamento íntimos pode retomar o controle enquanto tira o poder dos perpetradores", explica Sophie Mortimer, diretora da Revenge Porn Helpline.

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